Premiê da Dinamarca chora após visitar fazenda de visons abatidos
Mette Frederiksen se emocionou ao falar à imprensa sobre visita a propriedade perto de Kolding, em região oeste do país, onde fazendeiros criavam os animais
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, chorou nesta quinta-feira (26) após visitar um fazendeiro que criava visons e perdeu seu rebanho após a ordem do governo neste mês de abater todos os 17 milhões de animais do país para conter a disseminação de uma mutação do novo coronavírus.
Frederiksen enfrentou pedidos da oposição para renunciar e um voto de desconfiança no Parlamento após a ordem do governo no início de novembro, mais tarde considerada ilegal, de abater toda a população de visons do país.
A ordem foi dada depois que as autoridades detectaram surtos de Covid-19 em centenas de fazendas de visons, incluindo uma nova cepa do vírus, suspeita de ser capaz de comprometer a eficácia das vacinas.
“Temos duas gerações de fazendeiros de vison realmente qualificados, pai e filho, que em muito, muito pouco tempo tiveram o trabalho de suas vidas destruído”, disse Frederiksen a repórteres após uma reunião com um fazendeiro e seu filho na propriedade perto de Kolding, em região oeste da Dinamarca.
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“Foi emocionante para eles e… Desculpe. Foi para mim também”, disse Frederiksen com a voz embargada, parando para respirar entre as palavras.
A ordem para abater toda a população de visons da Dinamarca, uma das maiores do mundo e altamente valorizada pela qualidade de sua pele, deixou o governo em situação frágil depois de admitir que não tinha base legal para ordenar o abate de animais saudáveis.
Depois de algumas semanas tumultuadas desde que a ordem foi dada em 4 de novembro, o ministro da Agricultura, Mogens Jensen, deixou o cargo na semana passada após uma investigação interna revelar um processo político falho.
A Dinamarca propôs a proibição de toda a criação de visons no país até 2022. Tage Pedersen, chefe da associação dinamarquesa de criadores de visons, disse este mês que a indústria, que emprega cerca de 6.000 pessoas e exporta peles no valor de US$ 800 milhões anuais, está condenada.
A oposição na Dinamarca afirma que o abate de visons saudáveis não deveria ter sido iniciado antes que os planos de compensação estivessem em vigor para os proprietários e trabalhadores em cerca de 1.100 fazendas do país.