Postura de Biden impede que os EUA sejam mediadores da guerra, diz especialista
À CNN Rádio, a doutora em Relações Internacionais Carolina Pavese afirmou que o presidente dos EUA tem alimentado narrativa do “bem contra o mal” em declarações contra Putin
Após mais de um mês de guerra, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem feito diversas declarações e comentários sobre o conflito. No último fim de semana, Biden esteve na Polônia e discursou em Varsóvia, onde chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de “ditador”.
Diante das falas, a doutora em Relações Internacionais pela London School of Economics, especialista em Europa e professora da ESPM, Carolina Pavese, acredita ser “impensável” que os Estados Unidos exerçam um papel de mediador na Guerra na Ucrânia.
Em entrevista à CNN Rádio, ela disse que essa é “a primeira grande participação do presidente Joe Biden em um problema internacional”.
“Agora poderemos entender como ele conduz uma questão de crise internacional, isso diz muito o que podemos esperar. Biden tem feito declarações de ataques direitos com adjetivos pesados contra o presidente russo Vladimir Putin.”
Para Carolina, as declarações de Biden “colocam os EUA em isolamento da posição de interlocutor, é inviável pensar que os Estados Unidos poderiam estar no lugar do presidente turco Erdogan conduzindo as negociações de paz.”
“Essas falas servem para inflar a narrativa de atacar Putin e fazer essa análise do bem contra o mal que os dois lados tentam colocar”, completou.
De qualquer forma, a professora destacou que a postura norte-americana, neste momento, “tem pouco papel prático para o que a gente quer, que é a solução do conflito.”
Carolina Pavese, por outro lado, diz que o fato de o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz terem “diálogo aberto” com Putin é “produtivo para avançar com o acordo”.
