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    Popularidade mais baixa da rainha Elizabeth foi após a morte de Lady Di; entenda

    Silêncio inicial da monarca diante da morte da princesa Diana, ex-mulher de Charles, gerou mal-estar com parte da população e da imprensa britânica

    A princesa de Gales e a rainha participam da Abertura do Parlamento em Londres, em novembro de 1982. Diana está vestindo um casaco de pele branco e a tiara Spencer
    A princesa de Gales e a rainha participam da Abertura do Parlamento em Londres, em novembro de 1982. Diana está vestindo um casaco de pele branco e a tiara Spencer Getty Images

    Fabrício Juliãoda CNN

    Morta nesta quinta-feira (8), a rainha Elizabeth II teve sua popularidade como símbolo registrado de alguém que se manteve à frente de uma das principais potências europeias por sete décadas e passou por diversos acontecimentos históricos, desde a Segunda Guerra Mundial até a pandemia da Covid-19.

    Centenas de pessoas se reuniram em frente ao Palácio de Buckingham –residência oficial da realeza, em Londres– após as notícias sobre a saúde da rainha, comprovando sua popularidade entre os britânicos. Com a confirmação do falecimento, multidões foram às ruas, enquanto autoridades e celebridades prestaram homenagem à monarca. Mas nem sempre ela teve a simpatia da população em alta.

    A popularidade da rainha foi abalada após a morte da princesa Diana, ex-mulher do então príncipe Charles, herdeiro direto do trono. Isso porque Diana, conhecida como “a princesa do povo” segundo o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, não compactuava com algumas tradições e comportamentos de membros da Família Real e acabou por se divorciar oficialmente de Charles em 1996, um ano antes de falecer.

    Como mencionou Blair em discurso após a morte de Diana, a princesa falava abertamente sobre assuntos que causavam preocupação ao povo, como violência doméstica e a luta contra a Aids. Um dos momentos que repercutiu na época foi o aperto de mãos com um paciente portador do vírus que estava sem luvas. O jeito de Lady Di a fez ganhar a simpatia do povo, que lamentou sua morte em 1997, quando tinha 36 anos.

    Após a morte da princesa, uma parcela da população britânica se indignou com o silêncio da rainha. O jornal inglês “The Express” registrou na manchete de seu exemplar, na edição um dia depois do acontecido, a frase “show us you care” (mostre-nos que você se importa, na tradução literal), em alusão à falta do posicionamento da monarca até então.

    Cinco dias depois da morte de Lady Di, a rainha Elizabeth fez um pronunciamento ao vivo após as críticas por não ter feito nenhuma declaração pública sobre o ocorrido. Ela disse que “respeitava” e “admirava” Diana por seu tratamento com os outros, em especial pela sua devoção aos filhos. Quando a princesa morreu, ela deixou os filhos William e Harry, que eram adolescentes, com 15 e 12 anos, respectivamente.

    Em meio ao mal-estar com admiradores de Diana e com a imprensa britânica, Elizabeth fez um gesto de respeito à ex-nora ao se reverenciar diante do caixão que carregava o corpo, em frente ao Palácio de Buckingham.

    A rainha inclinou levemente a cabeça em direção à Diana, ainda que não fosse obrigada a realizar este tipo de reconhecimento. “A Rainha não se curva a ninguém — nunca”, disse a historiadora Jane Ridley na série da CNN.

    Especialistas da época disseram que o gesto foi importante para cessar a tensão do povo com a Família Real e levar a uma espécie de reconciliação dos britânicos com a realeza.

    FOTOS — Veja imagens da rainha Elizabeth II