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    Político húngaro de extrema-direita é pego em festa ilegal em meio a lockdown

    József Szájer admitiu ter participado e renunciou à cadeira no Parlamento Europeu

    Reuters

    Um político do alto escalão do partido que governa a Hungria admitiu ter participado de uma festa na Bélgica que foi interrompida pela polícia de Bruxelas na última sexta-feira (27) por quebrar as regras do lockdown. Ele nega ter usado drogas. 

    József Szájer, uma liderança dentro do Fidesz, partido conservador do primeiro-ministro Viktor Orbán, e seu aliado por mais de 30 anos, renunciou a seu cargo como deputado do Parlamento Europeu neste domingo (29), citando razões morais não especificadas.

    Em um comunicado nesta terça-feira (1º), ele pediu desculpas por qualquer malfeito. 

    “Eu me arrependo por ter quebrado as regras do lockdown, foi irresponsável da minha parte e aceitarei as sanções que resultarem”, disse a nota. 

    O incidente acontece em um momento sensível para o premiê húngaro, que está disputando com Bruxelas os critérios de Estado de direito ligados ao orçamento da União Europeia, e está lidando com uma piora na pandemia e na recessão econômica.

    O líder do partido de oposição Momentum disse que o escândalo mostra o “fracasso moral total” do Fidesz, que se retrata como defensor de valores cristãos e familiares.

    O grupo parlamentar europeu do Fidesz disse que Szájer “tomou a decisão certa” ao renunciar. O governo húngaro não respondeu a um pedido de comentário. 

    A polícia belga deteve cerca de 20 pessoas em uma festa em um apartamento no centro de Bruxelas na última sexta-feira. Duas pessoas alegaram ter imunidade diplomática, de acordo com um comunicado da promotoria belga. As regras do lockdown contra o novo coronavírus proíbem qualquer reunião com mais de quatro pessoas em locais fechados no país.

    Na nota, os promotores se referiram a um homem com as iniciais “S.J”, que disseram ter sido encontrado com narcóticos na mochila após tentar dugir por um cano de esgoto e que depois se identificou por meio de um passaporte diplomático. 

    O site de notícias húngato Telex.hu disse que a promotoria confirmou que S.J era Sjázer. A Reuters não conseguiu confirmar a informação com a promotoria ou contatar Szájer para comentar. 

    Em nota, Szájer negou ter usado drogas e disse ter se oferecido para fazer um teste de drogas na cena, mas que a polícia não o realizou. 

    “A polícia disse ter encontrado comprimidos de ecstasy. Elas não eram minhas, eu não sei quem as colocou lá nem como. Eu disse isso à polícia”, disse. 

    Bulcsu Hunyadi, um analista do think tank Political Capital, disse que era difícil prever se o incidente terá um impacto duradouro sobre o apoio ao Fidesz. O partido lidera as pesquisas de opinião, apesar de, em 2019, um escândalo sexual envolvendo um prefeito do Fidesz ter minado o apoio ao partido na eleição local. 

    “Um escândalo como esse tem impacto por algum tempo, mas acho que no longo prazo, não vai balançar os eleitores realmente comprometidos do Fidesz”, disse. 

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