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    Policial do Capitólio que morreu após invasão ‘adorava o trabalho’, diz seu pai

    Brian Sicknick foi atacado com gás de pimenta, atingido na cabeça e teve um coágulo no cérebro

    Linda So, da Reuters

    Sua primeira grande tarefa foi trabalhar na posse do ex-presidente Barack Obama, em 2009. O policial Brian Sicknick tinha acabado de prestar juramento no Departamento de Polícia do Capitólio dos Estados Unidos, realizando o sonho de sua vida.

    “Ele amava seu trabalho”, disse seu pai, Charles Sicknick. “Nunca vou superar o que aconteceu.”

    Sicknick morreu na noite de quinta-feira (7), aos 42 anos, um dia depois de enfrentar uma multidão de apoiadores do presidente Donald Trump que invadiram o Capitólio, onde congressistas realizavam a votação formal para certificar a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial de 3 de novembro.

    No momento em que os invasores dominaram a polícia do Capitólio, Sicknick foi atacado com spray de pimenta e atingido na cabeça, disse seu pai. Equipes de ambulância o ressuscitaram duas vezes quando foi levado às pressas para um hospital de Washington. O policial morreu no dia seguinte.

    “Ele teve um coágulo no cérebro”, disse seu pai. “Se o tivessem operado, ele se tornaria um vegetal.”

    A morte de Sicknick é investigada como homicídio pela Polícia Metropolitana de Washington, com a ajuda do FBI. Como membro da Unidade de Primeiros Socorros do departamento, Sicknick foi o sexto policial do Capitólio dos Estados Unidos a morrer no cumprimento do dever.

    “Sua morte foi um desperdício”, disse o prefeito John Krenzel, da cidade natal de Sicknick em South River, Nova Jersey. “É uma tragédia.”

    Homenagem

    Sicknick apoiava Trump, disse seu pai. Mesmo evitando conversa sobre política com o filho, a família disse que as opiniões políticas de Sicknick nunca interferiram em seu dever de proteger e servir.

    “Ele se dava muito bem com todo mundo porque era um cavalheiro”, disse seu pai.

    Segundo os Sicknick, o vice-presidente Mike Pence e a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, ligaram para a família na sexta-feira para oferecer seus pêsames. Durante a ligação, Pelosi convidou a família ao Capitólio para escolher um local onde ficará uma placa em homenagem a Sicknick. O funeral também será realizado no local, de acordo com seu pai.

    Antes de ingressar na polícia do Capitólio em 2008, o nativo de Nova Jersey serviu na Guarda Aérea Nacional, foi enviado para a Arábia Saudita e o Quirguistão.

    Trump não falou sobre a morte do policial publicamente, assim como das mortes das outras quatro pessoas que morreram quando seus apoiadores invadiram o Congresso.

    “Se a morte do meu filho der algo de bom, só espero que isso acabe com toda a loucura que está acontecendo neste país”, disse seu pai.

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    O policial deixa os pais, dois irmãos mais velhos e sua namorada, com quem estava há 11 anos.

    Embora haja planos para Sicknick ser cremado e enterrado em um cemitério militar em Arneytown, New Jersey, a legisladora Elissa Slotkin disse, neste sábado (9), que pediu aos líderes do Pentágono para que o policial recebesse honrarias póstumas especiais em enterro no Cemitério Nacional de Arlington.

    Slotkin disse que Sicknick manteve o juramento que fez nas Forças Armadas, de defender a Constituição, e que ele e a família deveriam ser reconhecidos por tudo o que ele fez pelo país.

    Uma campanha foi criada na plataforma GoFundMe para apoiar a família de Sicknick. A iniciativa excedeu sua meta de US$ 250.000 em menos de 24 horas.

    “Eu deveria ter morrido primeiro”, disse seu pai, que fará 82 anos no próximo mês. “Não meu filho.”

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