Polícia prende suspeito de atentado a faca no Canadá; 10 pessoas morreram
Segundo suspeito foi encontrado morto nesta semana, de acordo com as autoridades locais
A polícia localizou e prendeu o suspeito de participar de um atentado a faca que deixou 10 mortos, neste domingo (4), em Saskatchewan, no Canadá. Myles Sanderson foi preso nesta quarta-feira (7), de acordo com um tweet da Polícia Montada Real Canadense de Saskatchewan.
Damien Sanderson, o segundo suspeito de participar do esfaqueamento em massa, foi encontrado morto na segunda-feira (5), disse a comissária assistente Rhonda Blackmore, oficial comandante da RCMP (Real Polícia Montada do Canadá) de Saskatchewan, em entrevista coletiva.
As 10 vítimas do esfaqueamento em massa têm idades entre 23 e 78 anos e todas, exceto uma, são da comunidade indígena de James Smith Cree Nation, segundo as autoridades.
O Serviço de Coroner de Saskatchewan e a Polícia Montada Real Canadense de Saskatchewan forneceram nomes e idades das vítimas em um comunicado na quarta-feira, mas se recusaram a confirmar as relações entre elas. Seis das vítimas compartilham o sobrenome Burns, duas compartilham o sobrenome Head e uma compartilha o sobrenome dos dois suspeitos dos ataques.
As vítimas foram identificadas como:
- Thomas Burns, 23;
- Carol Burns, 46;
- Gregory Burns, 28;
- Lydia Gloria Burns, 61;
- Bonnie Burns, 48;
- Earl Burns, 66;
- Lana Head, 49;
- Christian Head, 54;
- Robert Sanderson, 49;
- Wesley Petterson, 78.
Petterson é de Weldon, Saskatchewan, enquanto as outras nove vítimas são de James Smith Cree Nation.
Vários familiares de algumas vítimas falaram em uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira, sobre seus entes queridos. O chefe tribal de Saskatoon, Mark Arcand, identificou Bonnie Burns como sua irmã e Gregory Burns como seu filho, e disse que outro de seus filhos foi esfaqueado, mas sobreviveu.
“Deixe-me ser honesto ao dizer isso, nós realmente não sabemos o que aconteceu. Nós apenas sabemos que nossos familiares foram mortos em sua própria casa, em seu quintal”, disse Arcand.
Além disso, 18 pessoas ficaram feridas nos ataques com faca, mas as autoridades não divulgarão suas identidades. “Podemos confirmar que um adolescente foi ferido e os demais feridos são todos adultos. Não confirmaremos outras idades específicas”, disseram as agências.
Três pacientes estavam em estado crítico e sete estavam em condição estável na terça-feira, de acordo com a Autoridade de Saúde de Saskatchewan.
As informações das vítimas foram divulgadas quando a polícia canadense continuou sua busca maciça por um dos dois suspeitos dos ataques, que abrangeram 13 cenas de crime diferentes na Nação James Smith Cree e em Weldon, uma vila rural próxima em Saskatchewan.
Suspeito tinha histórico criminal ‘longo’ e foi liberado pelo conselho de liberdade condicional
Myles Sanderson tinha mandados de prisão antes dos esfaqueamentos.
“O registro de Myles remonta a vários anos e inclui crimes contra a propriedade e contra pessoas”, disse Blackmore, sem entrar em detalhes sobre os supostos crimes.
“Suas ações mostraram que ele é violento e por isso continuamos enfatizando que as pessoas permaneçam vigilantes”, acrescentou Blackmore.
Sanderson recebeu liberação legal do Conselho de Liberdade Condicional do Canadá, de acordo com uma decisão tomada em 1º de fevereiro de 2022.
A liberação legal é uma liberação presuntiva por lei que permite que um infrator cumpra parte de sua sentença na comunidade sob supervisão direta, de acordo com o conselho.
Pela lei canadense, o Serviço Correcional do Canadá deve liberar a maioria dos infratores com supervisão depois de terem cumprido dois terços de sua sentença, se ainda não tiverem recebido liberdade condicional, exceto aqueles que cumprem pena de prisão perpétua.
O conselho disse na decisão que não acreditava que Sanderson representaria um risco para o público se fosse libertado. A decisão observou seu longo histórico criminal e que ele foi avaliado por um psicólogo por “risco moderado de violência”.
“Seu histórico criminal é muito preocupante, incluindo o uso de violência e armas relacionadas a seus crimes principais e seu histórico de violência doméstica que vitimizou familiares, incluindo seus filhos e não familiares”, afirma a decisão.
Em um comunicado, o Conselho de Liberdade Condicional disse que “estende seus pensamentos às vítimas, suas famílias e todos aqueles que foram impactados como resultado desses atos de violência sem sentido e horríveis”.
Citando a Lei de Privacidade, o conselho disse que não poderia discutir detalhes do caso de um infrator.