Polícia da Holanda interrompe protesto anti-lockdown às vésperas de eleições
País vai às urnas na segunda-feira (15) para escolher representantes nacionais; conservadores governam e são favoritos, mas em desaprovação por lockdown
A polícia de choque da Holanda usou canhões de água e cassetetes, neste domingo (14), para dispersar uma multidão de milhares de manifestantes anti-lockdown reunidos em um campo no centro de Haia, um dia antes das eleições nacionais.
A manifestação foi interrompida depois que os manifestantes desrespeitaram as regras de distanciamento social e ignoraram os avisos da polícia para se dispersar.
A mídia local disse que várias prisões foram feitas durante os confrontos. Não houve relatos imediatos de feridos.
As autoridades holandesas interromperam os serviços de trem da cidade até a sede do governo para evitar a chegada de mais manifestantes. A polícia inicialmente disse às pessoas para irem para casa e anunciou pelos alto-falantes que o evento havia acabado, também houve avisos prévios de que o protesto seria encerrado à força, se necessário.
Muitos na multidão, reunidos no campo central de Maliveld, seguravam guarda-chuvas amarelos em uma demonstração de oposição e gritavam: “Amor, liberdade, acabe com a ditadura.”
A Holanda está sob um forte bloqueio desde o final de janeiro, com reuniões de mais de duas pessoas proibidas, restaurantes e bares fechados e com o primeiro toque de recolher noturno desde a Segunda Guerra Mundial.
A eleição no país começa na segunda-feira (15), com as urnas ficando abertas por três dias para ajudar a garantir o distanciamento social nas assembleias de voto. O partido conservador VVD do primeiro-ministro Mark Rutte parece pronto para obter um novo mandato de quatro anos depois de estar no poder desde 2010.
A maioria dos eleitores apoia relutantemente o bloqueio, dada a atual taxa de infecção por coronavírus na Holanda, que se aproxima da faixa mais alta da Europa.
Mas o toque de recolher, que foi estendido até o final de março, provocou vários dias de tumultos em todo o país quando foi imposto pela primeira vez em 23 de janeiro.
“Você pode fazer algumas restrições, é claro, mas pode limitá-las às pessoas que são vulneráveis ??e fracas na sociedade”, disse Hans van der Arend, que viajou da cidade portuária de Rotterdam.
O país de 17 milhões de pessoas, já registrou mais de 1,1 milhão de casos de Covid-19 e mais de 16.000 mortes na pandemia.