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    Polícia da França interroga 9 por conexão com caso de professor decapitado

    De acordo com fonte ouvida pela CNN, entre os detidos estão os pais, o avô e o irmão do suspeito pelo ataque, um jovem de 18 anos de origem chechena

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    A polícia da França interroga nove pessoas neste sábado (17) por suas conexões com o jovem que decapitou um professor próximo à escola onde lecionava, em um subúrbio de Paris, na sexta-feira (16).

    Uma fonte ouvida pela CNN afirmou que entre os detidos para questionamento estão os pais, o avô e o irmão do suspeito, um rapaz de 18 anos de origem chechena nascido em Moscou – ele foi morto pela polícia pouco depois do ataque.

    Já o jornal francês Le Monde diz que entre os outros cinco detidos estão pais de alunos do colégio onde trabalhava a vítima, Samuel Paty, professor de história e geografia. Oficialmente, a polícia forneceu poucos detalhes sobre o agressor, a vítima ou o caso propriamente dito. 

    O promotor antiterrorismo do país, Jean-Francois Ricard, afirmou neste sábado, em entrevista coletiva, que o suspeito perguntou para outros alunos da escola quem era o professor que havia exibido caricaturas do profeta Maomé em uma aula antes do ataque.

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    Policiais franceses patrulham área próxima ao local de ataque a professor
    Policiais franceses patrulham área de Conflans Sainte-Honorine, subúrbio do Paris, próximo ao local de ataque a professor
    Foto: Charles Platiau-16.out.2020/Reuters

    Ricard também afirmou que, depois de decapitar o professor, o jovem publicou uma imagem do corpo da vítima em sua conta no Twitter acompanhado por uma mensagem assumindo a autoria do ataque.

    A postagem foi removida rapidamente pelo Twitter, que disse que suspendeu a conta por violar a política da empresa.

    Ainda de acordo com Ricard, a postagem dizia: “Em nome de Alá, o mais gracioso, o mais misericordioso, … ao [presidente Emmanuel] Macron, líder dos infiéis, executei um de seus cães infernais que ousou depreciar [o profeta] Maomé.”

    O ministro do Interior, Gerald Darmamin, disse no Twitter que estava “se mantendo informado diretamente” sobre a situação “da sala de crise que (ele) havia aberto, em contato com o presidente da República [Emmanuel Macron] e o primeiro-ministro [Jean Castex]”.

    Em mensagem publicada no Twitter neste sábado (17), o ministro da Educação da França, Jean-Michel Blanquer afirmou que Paty foi morto por “por dar uma aula que tinha a ver com um dos pilares da democracia – a liberdade de expressão”.

    Presidente francês Emmanuel Macron falou a repórteres no local do ataque
    Presidente francês Emmanuel Macron falou a repórteres no local do ataque
    Foto: Twitter/ Reprodução

    “Samuel Paty personificava o bem mais nobre de nossa República: suas escolas. Ele foi covardemente assassinado por inimigos da liberdade. Estaremos unidos, firmes e resolutos”, escreveu Blanquer.

    Macron disse que o professor foi “vítima de um ataque islâmico”. Falando no local do ataque, o presidente francês afirmou que o educador foi “morto porque estava ensinando aos alunos liberdade de expressão, a liberdade de acreditar e não acreditar”.

    Vários meios de comunicação franceses, incluindo a BFMTV, afiliada da CNN, relataram que o professor recentemente mostrou caricaturas polêmicas retratando o profeta Maomé para seus alunos como parte de uma aula sobre liberdade de expressão.

    De acordo com o Le Monde, alguns pais muçulmanos reclamaram na escola sobre a decisão do professor de usar os desenhos como parte de uma discussão sobre os ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo.

    Nordine Chaouadi, pai de um dos alunos da escola, disse à Agence France-Presse que o professor havia tirado as crianças muçulmanas da classe antes de mostrar as caricaturas.

    “Meu filho me disse que era só para preservá-los, foi por pura gentileza, porque ele teve que mostrar uma caricatura do profeta do Islã e disse às crianças muçulmanas: ‘Saiam, eu não quero para ferir seus sentimentos’, foi o que meu filho me disse”, explicou Chaouadi.

    (Com informações de Pierre Bairin, Eva Tapiero, Martin Goillandeau e Ivana Kottasová, da CNN, e da Reuters)

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