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    Pesquisa indica vitória de Macron nas eleições presidenciais da França com 57,5%

    Foram ouvidas 1.600 pessoas, nesta quinta-feira (21), com margem de erro entre 0,7 e 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos

    Reuters*

    Emmanuel Macron pode vencer a eleição presidencial da França com 57,5% dos votos contra 42,5% de Marine Le Pen. Os resultados da pesquisa Ipsos-Sopra Steria apontam uma vantagem de pelo menos 15 pontos percentuais de Macron sobre Le Pen.

    No dia seguinte ao debate entre os dois, as intenções de voto a favor de Macron subiram um ponto. De acordo com a pesquisa, se quase metade dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon (48%) não escolhe entre os dois candidatos, os demais estão mais do lado de Macron (34%) do que de Le Pen (18%).

    Quase dois em cada três franceses (64%) agora preveem a vitória de Emmanuel Macron, para 16% que acreditam na vitória de Marine Le Pen e 20% que afirmaram que “não sabem”.

    A expectativa é de que a participação dos eleitores seja de 73% para o segundo turno. A pesquisa ouviu 1.600 pessoas, nesta quinta-feira (21), com margem de erro entre 0,7 e 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos.

    Debate acalorado

    O presidente francês Emmanuel Macron e sua opositora de extrema-direita Marine Le Pen entraram em confronto na noite de quarta-feira (22) em um debate na TV que expôs suas diferenças, enquanto se preparam para se enfrentar no segundo turno presidencial no domingo.

    O titular centrista defendeu investimento pesado na indústria francesa e um compromisso intransigente com a União Europeia. Le Pen, líder do partido de extrema direita Rally Nacional, se apresentou como a voz de um público que luta contra uma crise de custo de vida.

    Le Pen, que perdeu para Macron no segundo turno de 2017, disse que era “obrigada a ser a porta-voz do povo” e prometeu ser “a presidente da soberania”.
    “Minha prioridade absoluta nos próximos cinco anos é devolver o dinheiro ao povo francês”, disse ela, repetindo sua promessa de campanha de reduzir o IVA (imposto sobre valor agregado) sobre energia e combustível.

    As relações dos candidatos com a Rússia provocaram uma discussão acirrada durante o debate de quase três horas transmitido no TF1 e no France 2, com Macron destacando um empréstimo a um banco russo que o partido de Le Pen ainda está pagando.

    “Você não está falando com outros líderes, você está falando com seu banqueiro quando está falando com a Rússia. Esse é o problema, Sra. Le Pen”, disse ele.

    Le Pen tem favorecido o presidente russo Vladimir Putin em seus discursos, agora considerado um pária no Ocidente devido ao seu ataque à Ucrânia. Le Pen visitou o líder russo durante sua campanha presidencial de 2017, mas desta vez, ela foi forçada a descartar um folheto promocional com uma foto dela e de Putin tirada durante a viagem.

    A aversão anterior de Le Pen à Otan – ela já prometeu retirar a França da aliança – também pode ser um risco, já que pesquisas recentes mostram que a maioria das pessoas entrevistadas apoia o envolvimento da França.

    Sobre a Ucrânia, Le Pen apoiou totalmente o apoio material de seu oponente ao país, bem como as sanções contra a Rússia – exceto pela proibição das importações russas de petróleo e gás.

    “Eu não acho que seja o método certo, não é isso que na realidade vai prejudicar a Rússia. E acima de tudo isso vai causar um enorme dano ao povo francês”, disse ela.
    Macron acrescentou que a Rússia está adotando um curso de ação “suicida” na Ucrânia, embora tenha se recusado a rotular as ações de Moscou no país como “genocídio”, levando a um convite do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para vir e ver as evidências por si mesmo.

    Fora de alcance?
    Ao longo do debate, Le Pen retratou Macron como um líder fora de contato com os eleitores, alegando que desconhecia o sofrimento dos profissionais de saúde antes da Covid-19, pois prometeu mais investimentos em saúde.

    Em outros lugares, Le Pen classificou Macron de “hipócrita do clima” por seguir políticas climáticas, como incentivar os consumidores a comprar carros elétricos, que ela disse estarem financeiramente fora do alcance de muitos franceses.

    “Devemos ter uma transição (energética), mas isso deve ser, com o tempo, muito mais lento do que o que estamos impondo aos franceses para permitir que eles lidem com isso”, disse Le Pen.

    A defesa obstinada de Macron do compromisso da França com a União Europeia também foi um tema quente no debate.

    O presidente argumentou que a União Europeia trabalha a favor da França, principalmente diante de mercados como os dos EUA e da China, cujas populações superam em muito a sua.

    “É aí que a Europa é útil para nós. Quando o Google vem e nos ataca em nosso mercado, quem vem e nos ajuda? A Europa. E quando esses grandes grupos não pagam seus impostos em nossos países, o que nos permite revidar? Europa.”

    Le Pen, que nas eleições de 2017 pediu a saída da França da UE, suavizou sua postura, prometendo uma reforma do bloco e uma “aliança de nações”.

    Le Pen também voltou a uma de suas políticas centrais: proibir o uso de hijabs em público.

    “Acho que o lenço na cabeça é um uniforme imposto pelos islâmicos”, disse ela. “Acho que a grande maioria das mulheres que usam um não pode fazer o contrário na realidade, mesmo que não ousem dizer isso.”

    Macron a acusou de criar um “sistema de equivalência” entre islamismo, terrorismo e estrangeiros que “criaria uma guerra civil”.

    Espera-se que a disputa entre Macron e Le Pen seja acirrada.

    Os candidatos não podem fazer campanha no dia anterior à votação, ou no próprio dia da eleição, e a mídia estará sujeita a restrições rigorosas de reportagem desde o dia anterior à eleição até o fechamento das urnas às 20h do domingo, na França.

    *Redação de Gdansk, com informações de Joseph Ataman, da CNN

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