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    Pelo menos 440 sepulturas são encontradas na cidade de Izium, diz Ucrânia

    Sinais de enterro em massa foram identificados em cidade retomada pelas forças ucranianas que foi alvo de intensos ataques de artilharia russa em abril

    Jonny HallamBrad Lendonda CNN

    Autoridades ucranianas encontraram 440 túmulos em um enterro em massa em Izium, uma cidade do Leste do país recentemente retomada das forças russas, disse o Ministério da Defesa da Ucrânia em uma publicação no Twitter nesta sexta-feira (16).

    Anteriormente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que jornalistas ucranianos e internacionais seriam apresentados ao local para ver o que havia sido descoberto. “Queremos que o mundo saiba o que realmente está acontecendo e o que a ocupação russa levou”, disse Zelensky.

    O Centro de Comunicações Estratégicas da Ucrânia disse na quinta-feira (15) que alguns dos túmulos descobertos em Izium eram “recentes” e que os cadáveres enterrados lá eram “principalmente civis”.

    Izium foi alvo de intensos ataques de artilharia russa em abril. A cidade, que fica perto da fronteira entre as regiões de Kharkiv e Donetsk, tornou-se um importante centro para os militares invasores durante cinco meses de ocupação.

    As forças ucranianas retomaram o controle da cidade no sábado (10), dando um golpe estratégico ao ataque militar da Rússia no Leste.

    Fotos divulgadas pelo Ministério da Defesa ucraniano nesta sexta-feira mostraram várias cruzes em covas em uma área arborizada perto de Izium, bem como um poço maior cavado no chão da floresta.

    Zelensky disse durante seu discurso na quinta-feira que a Rússia deve ser responsabilizada pelas mortes no local e em outras cidades onde um grande número de corpos foi encontrado.

    “Bucha, Mariupol e agora, infelizmente, Izium… A Rússia deixa a morte em todos os lugares. E deve ser responsável por isso. O mundo deve responsabilizar a Rússia por esta guerra. Faremos tudo por isso”, acrescentou.

    Serhii Bolvinov, investigador-chefe da polícia da região de Kharkiv, disse anteriormente à Sky News da Grã-Bretanha que pode haver outros locais de enterro em massa na área de Kharkiv.

    Falando especificamente sobre as 440 sepulturas, Bolvinov disse à Sky News que as exumações até agora mostraram que as vítimas morreram por várias causas.

    “Sabemos que alguns foram mortos (a tiros), alguns morreram por causa de fogo de artilharia, os chamados traumas de explosão de minas. Alguns morreram por causa de ataques aéreos. Também temos informações de que muitos corpos ainda não foram identificados. Assim, as razões das mortes serão estabelecidas durante as investigações”, disse Bolvinov, citado pela Sky News.

    Enquanto isso, Oleh Kotenko, comissário da Ucrânia para pessoas desaparecidas, disse em um post do Telegram que as operações de busca pelos restos mortais de “heróis caídos” estavam ocorrendo com cautela em toda a região.

    “O maior problema é que algumas áreas ainda estão minadas. Apesar disso, continuamos trabalhando, porque temos que devolver cada herói para casa para que as famílias possam honrar a memória dos soldados que morreram pela Ucrânia de maneira digna o mais rápido possível”, disse Kotenko.

    Zelensky visitou Izium na quarta-feira (14) e disse a jornalistas que estava “chocado” com o número de “edifícios destruídos” e “pessoas mortas” deixadas após a ocupação russa.

    Moscou estava usando Izium como plataforma de lançamento para ataques ao Sul na região de Donetsk e Kupyansk, cerca de 48 quilômetros ao Norte de Izium, e como um centro ferroviário para reabastecer suas forças.

    Zelensky também agradeceu aos governos estrangeiros por enviar investigadores e promotores para analisar supostos abusos de direitos humanos por forças de ocupação na Ucrânia, acrescentando que todas as áreas ocupadas eventualmente retornariam.

    As forças ucranianas estão em uma ofensiva militar sustentada, particularmente nas regiões Nordeste e Sul do país.

    Zelensky disse na terça-feira que 8.000 quilômetros quadrados de território já foram liberados pelas forças ucranianas até agora este mês, com cerca de metade da área ainda passando por medidas de “estabilização”.

    Morte de civis

    A maioria das pessoas enterradas em uma vala comum descoberta na cidade de Izium são civis, disse o chefe de polícia da Ucrânia nesta sexta-feira, com base em uma estimativa preliminar. A Rússia não comentou publicamente sobre o assunto.

    Questionado se a vala comum continha principalmente civis ou soldados, o chefe de polícia Ihor Klymenko disse em entrevista à imprensa: “Em uma estimativa preliminar, civis. Embora tenhamos informações de que há tropas lá, ainda não recuperamos nenhuma”.

    Visita da ONU

    Um porta-voz do escritório de direitos humanos das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira que planeja enviar monitores para Izium.

    “Eles (monitores) pretendem ir lá para tentar entender um pouco mais sobre o que pode ter acontecido”, disse Liz Throssell em entrevista à imprensa em Genebra, sem dar um prazo.

    Ela disse que não poderia confirmar se os corpos estavam contidos em uma vala comum ou em uma série de valas individuais.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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