Paz só será possível após retirada das tropas, diz embaixada ucraniana no Brasil
Encarregado de negócios no Brasil afirma que país não confia na Rússia; conflito no Leste Europeu chegou ao sexto mês nesta quarta-feira (24)


A embaixada da Ucrânia no Brasil realizou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (24), em comemoração ao Dia da Independência ucraniano. Durante o evento, Anatoliy Tkach, encarregado de negócios do país no Brasil, afirmou que só haverá a possibilidade de um acordo de paz depois que a Rússia retire suas tropas. Ignacio Ybáñez, embaixador da União Europeia no Brasil, também participou da cerimônia.
“Não confiamos na Rússia, qualquer negociação da paz será possível apenas após a retirada das tropas russas da Ucrânia, queremos libertar todos os nossos territórios,” disse o encarregado aos jornalistas.
Tkach deixou claro também a intenção de compor a União Europeia (UE) e destacou temer novos ataques no decorrer da semana, em razão da data comemorativa. “Estamos esperando que nesta semana a Rússia faça provocações cruéis, isso pode incluir ataques a cidades ucranianas com mísseis e também o julgamento dos defensores da cidade de Mariupol,” explicou.
Ybáñez falou sobre a aproximação entre Ucrânia e a UE e pontuou que a decisão do Conselho Europeu de que a Ucrânia é um candidato à adesão ao bloco demonstra solidariedade aos ucranianos.
“Agora a Ucrânia está a sofrer. Que eles tenham a ideia de um futuro muito melhor, olhando para frente. E esse futuro pode ser como parte da União Europeia,” completou.
O embaixador também salientou que as sanções não se aplicam a produtos alimentares e deixou claro que os fertilizantes podem ser livremente negociados. “Os fertilizantes, que têm sido uma constante preocupação do Brasil, estão fora dos pacotes de sanções” concluiu.
O povo ucraniano celebra sua independência no mesmo dia em que a guerra completa seis meses — a Rússia iniciou a invasão no dia 24 de fevereiro. Apesar de milhares de mortos, a Ucrânia comemora o fato da Rússia não ter conseguido dominar completamente o país.
*Sob supervisão de Gabrielle Varela, da CNN