Parlamento da Turquia aprova adesão da Suécia à Otan
Hungria continua sendo o único membro da aliança militar que ainda não ratificou a adesão de Estocolmo


O parlamento da Turquia aprovou nesta terça-feira (23) a candidatura da Suécia para adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar do Ocidente, após mais de quatro horas de debate, eliminando um último grande obstáculo à expansão do bloco após 20 meses de atrasos.
O partido AK, do presidente Tayyip Erdogan, os seus aliados nacionalistas do MHP e o principal partido da oposição, o CHP, votaram a favor da candidatura na assembleia-geral, enquanto os partidos da oposição nacionalistas, islâmicos e de esquerda votaram contra.
Dos 346 deputados que votaram, 287 foram a favor da adesão da Suécia e 55 votaram pela sua rejeição. Outros quatro se abstiveram de votar.
A votação foi a segunda etapa do processo de ratificação pela Turquia, depois que a Comissão de Relações Exteriores do Parlamento aprovou a candidatura no mês passado.
Erdogan sancionará o projeto de lei, provavelmente nos próximos dias, encerrando assim um longo processo que frustrou alguns dos aliados ocidentais da Turquia e lhe permitiu extrair concessões.
A Hungria continua sendo o único membro da Otan que ainda não ratificou a adesão da Suécia.
Também nesta terça-feira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou que convidou o premiê sueco, Ulf Kristersson, para visitar a Hungria para negociar os termos da adesão da Suécia.
Kristensson comemorou a aprovação pelas redes sociais: “Hoje estamos um passo mais perto de nos tornarmos membros de pleno direito da Otan. É positivo que a Grande Assembleia-Geral da Turquia tenha votado a favor da adesão da Suécia à Otan”.
Suécia e Finlândia tentam integrar a Otan
A Suécia e a Finlândia se candidataram para aderir à Otan em maio de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia no início daquele ano.
A Finlândia aderiu à Otan em abril de 2023, mas a Suécia enfrentou numerosos atrasos no seu caminho para a adesão.
Erdogan inicialmente se opôs à candidatura da Suécia, acusando as autoridades suecas de serem tolerantes com grupos militares, incluindo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Desde a candidatura, a Suécia reforçou sua legislação anti-terrorismo e concordou em trabalhar mais estreitamente com a Turquia em questões de segurança.
A aprovação de Erdogan também depende de um compromisso dos Estados Unidos, com o presidente turco sinalizando que não assinará o protocolo, a menos que os EUA aprovem a venda de caças F-16 à Turquia.
O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Ben Cardin, ressaltou nesta terça-feira que o Congresso, no entanto, está aguardando para ver os documentos de adesão concluídos antes de avançar no assunto.
*com informações da Reuters