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    Parceria com o Brasil continua, diz futura chanceler da Argentina

    Cotada como futura ministra das Relações Exteriores de Javier Milei na Argentina, Diana Mondino, afirmou que a parceria com o Brasil vai continuar “o melhor e o mais rápido possível”

    Declaração ocorre após uma série de afirmações em tom ácido contra o Governo Lula que Milei classificou como "comunista"
    Declaração ocorre após uma série de afirmações em tom ácido contra o Governo Lula que Milei classificou como "comunista" 19/11/2023REUTERS/Agustin Marcarian

    Gabriela PradoCristiane Nobertoda CNN

    em Brasília

    Cotada como futura ministra das Relações Exteriores de Javier Milei na Argentina, Diana Mondino, afirmou que a parceria com o Brasil vai continuar “o melhor e o mais rápido possível”. As declarações foram feitas após ela se reunir com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, neste domingo (26), em Brasília.

    Mondino frisou que é preciso separar a “ideologia do Estado” sobre as críticas feitas pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que as duas nações são “países-irmãos”.

    “Creio que a principal mensagem é que somos países irmãos e que vamos continuar sendo. Precisamos trabalhar muito juntos para fazer crescer nossos países. (…) Tenho repetido na Argentina várias vezes: uma coisa é a crítica à ideologia e a outra é a crítica à pessoa. É totalmente diferente. Temos que separar Estado, de governo, de pessoas. A parceria continuaria o melhor é mais rápido que pudermos”, disse a jornalistas.

    Mondino chegou à capital federal no início da tarde deste domingo e publicou nas redes sociais uma foto com Vieira.

    A auxiliar de Milei entregou a Vieira um convite a Lula para a posse do argentino, em 10 de dezembro.

    Sobre isso, Mondino afirmou que todos os presidentes da região foram chamados, além de todos os outros “que manifestaram interesse e apoio na Argentina”. Segundo ela, “a relação será excelente com todos”.

    O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi convidado por Milei e já confirmou presença.

    Mondino também chegou a dizer que há perspectiva de visita do argentino ao Brasil, mas “não para ir à praia e sim, para trabalhar”.

    Segundo a futura chanceler, na reunião com Vieira, ambos discutiram também aspectos da relação bilateral e o atual estágio das negociações Mercosul-UE.

    “Falamos sobre a importância de firmar o Mercosul, quanto ao Mercosul e à União Europeia, e eventualmente com outros países como Cingapura e o EFTA, associação europeia de países nórdicos”, disse.

    A economista é uma das principais auxiliares do presidente eleito. Essa é a primeira visita de interlocutores de Milei ao Brasil, após as eleições argentinas.

    A representante do Liberdade Avança, partido de Milei, foi eleita deputada por Buenos Aires. A visita é uma tentativa, segundo fontes dos dois lados, de enviar “sinais apaziguadores” ao governo Lula depois das críticas de Milei ao presidente brasileiro e de suas declarações sobre uma possível saída abrupta do Mercosul.

    Mais recentemente, conforme diplomatas brasileiros, a retórica pública contra o Mercosul foi mudando nas conversas reservadas para uma proposta de agenda reformista do bloco, na linha do que já tem defendido o Uruguai.

    Uma das auxiliares mais próximas de Milei, Mondino também protagonizou falas polêmicas, no estilo do futuro chefe.

    Ela comparou recentemente o casamento homoafetivo a ter piolhos. A economista foi questionada em uma entrevista, no início de novembro, sobre o que pensava sobre o matrimônio igualitário.

    “Filosoficamente, como liberal, estou de acordo com o projeto de vida de cada um. É muito mais amplo do que o matrimônio igualitário. Deixe-me exagerar: se você prefere não tomar banho e ficar cheio de piolhos, e essa a é sua escolha, pronto. Depois não reclame se há alguém que não gosta de você porque você tem piolhos”, afirmou.