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    Paraguai não recebe doses pagas da vacina Covaxin

    Acordo pela compra dos imunizantes indianos no Paraguai foi intermediado pela Madison, empresa sediada em Cingapura ligada ao laboratório indiano Bharat Biotech

    Frascos da Covaxin, vacina contra Covid-19
    Frascos da Covaxin, vacina contra Covid-19 Foto: Tafadzwa Ufumeli/Getty Images (12.mai.2021)

     Lucas Janone e Fernando Molica, da CNN, no Rio de Janeiro

    O laboratório indiano Bharat Biotech descumpriu o contrato firmado com o Paraguai e ainda não entregou as vacinas Covaxin compradas em 23 de abril – foram adquiridos 2 milhões de doses.  

    A informação foi obtida pela CNN, que a solicitara pelo Portal de Transparência do governo paraguaio. O acordo pela compra dos imunizantes indianos no Paraguai foi intermediado pela Madison, empresa sediada em Cingapura ligada ao Bharat e que também receberia o pagamento pelas vacinas compradas pelo Brasil.   

    Pelo acordo, o governo paraguaio pretendia imunizar parte de sua população, de cerca de 7 milhões de habitantes.  

    “O Paraguai fechou um acordo de compra com o laboratório Bharat Biotech de 2.000.000 de doses de vacina Covaxin contra a Covid-19, e é importante mencionar que, até a data de hoje, as doses referentes ao acordo não foram entregues”, ressalta um trecho do documento produzido para a CNN e assinado pelo diretor-geral da Vigilância Sanitária do Paraguai, Guilhermo Sequera.   

    De acordo com o Ministério de Saúde do Paraguai, as doses do imunizante Covaxin ainda não foram entregues pelo laboratório em função da grave situação pandêmica vivida na Índia. As autoridades paraguaias disseram também que as exportações foram suspensas por tempo indeterminado para que as vacinas fossem utilizadas na Índia. Antes da assinatura do contrato, 300 mil doses da Covaxin foram doadas e entregues ao Paraguai pelo Bharat Biotech.    

    Em 25 de fevereiro, o Brasil assinou contrato com o laboratório indiano para a compra de 4 milhões de doses da Covaxin. A primeira remessa do imunizante estava prevista para 17 de março.   

    Investigado pela CPI da Pandemia, o contrato foi suspenso no dia 29 de junho. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alegou que o acordo não era mais oportuno. O Brasil não recebeu nenhuma dose do imunizante. O preço oferecido pela farmacêutica ao Brasil e ao Paraguai foi de US$ 15 por dose.  

    A CNN entrou em contato com a Embaixada Indiana e com o laboratório Bharat Biotech pedindo mais informações, mas não obteve retorno.