Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Paquistão diz ao Irã que quer construir confiança após troca de ataques

    Dois lados já sinalizaram o desejo de esfriar as tensões, embora tenham um histórico de relações instáveis

    Homem observa TV após ataque do Paquistão dentro do Irã
    Homem observa TV após ataque do Paquistão dentro do Irã 18/1/2024 REUTERS/Akhtar Soomro

    Asif ShahzadGibran Naiyyar Peshimamda Reuters

    em Islamabad, Paquistão

    O Paquistão expressou disposição de trabalhar com o Irã em “todas as questões” em um telefonema entre seus ministros das Relações Exteriores nesta sexta-feira (19), depois que os dois países trocaram ataques com drones e mísseis em bases militantes no território um do outro.

    Os ataques dos dois países são as intrusões transfronteiriças de maior visibilidade nos últimos anos e geraram alarme sobre a instabilidade mais ampla no Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro.

    No entanto, os dois lados já sinalizaram o desejo de esfriar as tensões, embora tenham um histórico de relações instáveis.

    Uma declaração do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão informou que o chanceler, Jalil Abbas Jilani, conversou com seu colega iraniano, Hossein Amirabdollahian, na sexta-feira, um dia depois que o Paquistão realizou ataques no Irã.

    O Irã disse que os ataques de quinta-feira mataram nove pessoas em uma vila de fronteira em seu território, incluindo quatro crianças. O Paquistão afirmou que o ataque iraniano na terça-feira matou duas crianças.

    “O ministro das Relações Exteriores, Jilani, expressou a disposição do Paquistão de trabalhar com o Irã em todas as questões com base no espírito de confiança e cooperação mútuas”, disse o comunicado.

    “Ele ressaltou a necessidade de uma cooperação mais estreita em questões de segurança”, completou.

    O contato acontece após uma ligação entre Jilani e seu colega turco, na qual Islamabad disse que “o Paquistão não tem interesse ou desejo de escalada”.

    Os contatos ocorrem no momento em que o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaar ul Haq Kakar, deu início a uma reunião do Comitê de Segurança Nacional, com a presença de todos os chefes de serviços militares, declarou uma fonte do gabinete do primeiro-ministro à Reuters.

    A reunião tem como objetivo uma “ampla revisão da segurança nacional após os incidentes entre o Irã e o Paquistão”, disse o ministro da Informação, Murtaza Solangi.

    Kakar interrompeu uma visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos e voltou para casa na quinta-feira.

    O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que as duas nações exercessem a máxima contenção.

    Os Estados Unidos também pediram moderação, embora o presidente norte-americano, Joe Biden, tenha dito que os confrontos mostram que o Irã não é bem visto na região.

    Islamabad disse que atingiu bases da Frente de Libertação Baloch separatista e do Exército de Libertação Baloch, enquanto Teerã afirmou que seus drones e mísseis atingiram militantes do grupo Jaish al Adl (JAA).

    Os grupos militantes operam em uma área que inclui a província de Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, e a província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irã. Ambas são agitadas, ricas em minerais e, em grande parte, subdesenvolvidas.