Papa promete visita ao Líbano em discurso no aniversário da explosão em Beirute
Essa foi a primeira fala ao público geral do Pontífice após a cirurgia para retirada de parte do cólon, em 4 de julho
O Papa Francisco, falando nesta quarta-feira (4) pela primeira vez ao público geral desde que passou por uma cirurgia intestinal há um mês e no primeiro aniversário da explosão fatal em Beirute, disse que tinha um “grande desejo de visitar o Líbano“.
O papa de 84 anos, que parecia em forma e improvisou partes de seu discurso, também desejou sucesso para os esforços do presidente francês Emmanuel Macron para arrecadar mais de US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão) em ajuda para o Líbano em uma conferência de doadores e fazer outro alerta ao país sobre a disputa entre a classe política.
A enorme explosão química em Beirute matou 200 pessoas e causou danos no valor de bilhões de dólares.
Francisco falou na sala de audiências do Vaticano. Ele disse que muitos no Líbano, que está mergulhado em uma depressão financeira e enfrenta sua pior crise social em 30 anos, perderam “até mesmo a ilusão de viver”.
Os doadores devem ajudar o Líbano “no caminho da ressurreição”, disse ele. Ele pediu “gestos concretos, não apenas palavras” porque muitos que perderam suas casas e empregos estavam cansados e iludidos.
“Caros libaneses, é grande a minha vontade de visitá-los. E não me canso de rezar por vocês para que o Líbano volte a ter uma mensagem de fraternidade, uma mensagem de paz para todo o Oriente Médio”, disse.
O ministro das Relações Exteriores do Vaticano, o arcebispo Paul Gallagher, disse no mês passado que a visita poderia ocorrer no final deste ano ou no início do próximo. Ele sugeriu que o papa poderia ir mesmo sem um governo em vigor.
Centenas de pessoas, quase todas usando máscaras contra Covid-19, compareceram ao encontro interno na sala de Audiências Paulo VI, onde acontecem as reuniões durante os meses quentes do verão.
Francisco caminhou sem ajuda pelo palco e falou sentado e depois cumprimentou as pessoas na primeira fila.
O papa passou 11 dias no Hospital Gemelli de Roma após uma cirurgia em 4 de julho para remover parte de seu cólon, porque estava sofrendo de um caso grave de estenose diverticular sintomática ou estreitamento do cólon.
O Vaticano está avançando com planos para uma viagem de 12 a 15 de setembro à Eslováquia e à capital húngara, Budapeste.