Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Papa escolhe enfermeiro do Vaticano para ser seu “assistente médico pessoal”

    Nomeação é indicativo de que o pontífice aceita que precisará de mais cuidados à medida que envelhecer

    Cristiano CorvinoEmily Roeda Reuters

    O Papa Francisco nomeou um enfermeiro dos serviços de saúde do Vaticano para ser seu “assistente médico pessoal”, disse o Vaticano nesta quinta-feira (4), em uma indicação de que o pontífice aceita que precisará de mais cuidados à medida que envelhecer.

    Um comunicado identificou o assistente como Massimiliano Strappetti, que até agora foi coordenador dos enfermeiros e das unidades de saúde do Vaticano, um estado soberano cercado por Roma.

    A posição de “assistente médico pessoal” não existia anteriormente neste papado, embora o Papa João Paulo II, que morreu em 2005, tivesse vários prestadores de cuidados médicos nos últimos anos de sua vida.

    Francisco já tem um médico pessoal, um especialista em geriatria no Hospital Gemelli de Roma, onde passou por uma cirurgia intestinal há um ano. Essa foi a primeira vez que o pontífice, de 85 anos, foi hospitalizado desde sua eleição em 2013.

    No ano passado, Francisco brincou em uma entrevista que foi Strappetti quem “salvou minha vida” ao convencê-lo de que ele não poderia mais adiar a cirurgia.

    O papa sofria de um estreitamento severo do cólon causado por diverticulite, ou a formação de pequenas bolsas salientes na parede intestinal.

    Nos últimos meses, Francisco teve que usar uma cadeira de rodas, bengala ou andador por causa de uma dor no joelho causada por uma pequena fratura e um ligamento inflamado.

    Falando a repórteres no avião que voltava de uma viagem ao Canadá no sábado, ele disse que sua idade avançada e sua dificuldade para andar deram início a uma nova e mais lenta fase de seu papado.

    “Acho que não posso continuar fazendo viagens com o mesmo ritmo de antes”, disse ele.

    “Acho que na minha idade e com essa limitação tenho que preservar um pouco [minha força] para poder servir à Igreja ou decidir me afastar”, disse Francisco.

    O pontífice disse que preferia não fazer uma operação no joelho porque não queria uma repetição dos efeitos colaterais negativos de longo prazo da anestesia que sofreu após a cirurgia intestinal do ano passado.

    “Mas vou tentar continuar a viajar para estar perto das pessoas porque é uma forma de servir”, disse. “Tenho toda a boa vontade, mas teremos que ver o que a perna diz”, disse ele.

    Em entrevista à Reuters no mês passado, Francisco repetiu sua posição frequentemente declarada de que ele poderia renunciar algum dia se a saúde debilitada tornasse impossível para ele dirigir a Igreja – algo que era quase impensável antes de Bento XVI renunciar em 2013.

    Questionado sobre quando achava que isso poderia acontecer, ele disse: “Não sabemos. Deus dirá”.

    Tópicos