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    Palestinos devem buscar condição de Estado por negociações diretas, dizem EUA

    Atualmente, a Autoridade Palestina tem o reconhecimento de fato de um Estado soberano da Palestina, após a ONU lhe conceder status de Estado observador não membro em 2012

    Humeyra PamukMichelle Nicholsda Reuters

    Os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira (3) que o estabelecimento de um Estado palestino independente deve acontecer por meio de negociações entre as partes envolvidas e não pela Organização das Nações Unidas (ONU).

    A Autoridade Palestina solicitou na terça-feira (2) uma nova análise de um pedido de 2011 para se tornar membro pleno da ONU.

    Atualmente, ela tem o reconhecimento de fato de um Estado soberano da Palestina, após a ONU lhe conceder status de Estado observador não membro em 2012.

    A posição dos EUA, mais importante aliado de Israel, reflete a dos israelenses sobre essa questão.

    Um pedido para se tornar membro pleno da ONU precisa ser aprovado pelo Conselho de Segurança com 15 integrantes – no qual os EUA têm poder de veto – e depois por dois terços da Assembleia Geral de 193 países.

    Ao ser questionado se os EUA usariam seu veto no Conselho de Segurança para bloquear a tentativa palestina, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse: “Não vou especular sobre o que pode acontecer no futuro”.

    Mas acrescentou que o estabelecimento de um Estado palestino independente com garantias de segurança para Israel “é algo que tem que ser feito por meio de negociações diretas entre as partes — é algo que estamos tentando neste momento — e não na ONU”.

    A pressão palestina para se tornar membro pleno da ONU ocorre num momento em que a guerra entre Israel e os militantes palestinos do Hamas em Gaza se aproxima de dos seis meses e Israel está expandindo os assentamentos na Cisjordânia ocupada.

    Malta preside o Conselho de Segurança em abril. A embaixadora de Malta na ONU, Vanessa Frazier, disse nesta quarta-feira que o pedido palestino tinha sido distribuído aos membros do Conselho.

    “Iremos consultar cada um dos membros do Conselho para decidir qual o caminho a seguir”, disse Vanessa Frazier aos jornalistas.

    O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse à Reuters na segunda-feira que o objetivo era que o Conselho de Segurança tomasse uma decisão na reunião sobre o Médio Oriente de 18 de abril, mas que a votação ainda não tinha sido marcada.

    Desde a assinatura dos Acordos de Oslo, entre Israel e a Autoridade Palestina, no início da década de 1990, pouco se avançou no sentido de se garantir um Estado palestino.

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