Palestina cancela acordo de vacina da Pfizer com Israel
Segundo a Autoridade Palestina, vacinas estão próximas da data de vencimento e não poderiam ser aplicadas
A Autoridade Palestina (AP) cancelou um acordo com Israel que previa a transferência de pelo menos 1 milhão de doses da vacina Pfizer contra a Covid-19 para a Cisjordânia e Gaza.
A reviravolta abrupta veio depois que as autoridades de saúde em Ramallah inspecionaram a primeira entrega de quase 90.000 doses na tarde de sexta-feira (18), disse o Ministro da Saúde palestino.
“Foi descoberto que as doses não estavam de acordo com as especificações técnicas previamente acordadas e que seu prazo de validade estava próximo”, disse o ministro Mai Alkaila, segundo a agência oficial de notícias palestina Wafa. “Portanto, entramos em contato com o primeiro-ministro Muhammad Shtayyeh, e foi tomada a decisão de cancelar o negócio”, acrescentou Alkaila.
O movimento para transferir o estoque excedente de vacinas da Pfizer de Israel para os palestinos nos territórios ocupados, um acordo já em andamento no governo de Netanyahu anterior, segundo relatos da mídia israelense, foi anunciado na manhã de sexta-feira pelo governo do país.
Um comunicado do governo reconheceu que as vacinas “irão expirar em breve”, mas não estava claro exatamente quanto tempo resta para as autoridades de saúde palestinas administrarem as doses antes do vencimento.
De acordo com a Reuters, Alkaila disse que Israel afirmou à AP que as vacinas expirariam em julho ou agosto, mas descobriu que a data verdadeira era junho.
Como parte do acordo acordado, um carregamento de vacinas da Pfizer destinadas à AP no final do ano deveria ter sido transferido para Israel. A AP diz que agora está pedindo à Pfizer que acelere o envio aos palestinos, conforme o contrato original.
Os líderes de Israel ganharam aclamação internacional considerável pelo lançamento altamente bem-sucedido das vacinas Covid-19 para sua população de 9 milhões no início do ano.
Mas eles foram criticados por não fornecer vacinas para cobrir os palestinos que vivem na Cisjordânia e em Gaza, o que, segundo as Convenções de Genebra, Israel é obrigado a fazer.
Israel argumentou que foi dispensado dessas obrigações pelos Acordos de Oslo, assinados por líderes israelenses e palestinos na década de 1990, que atribuem a responsabilidade pela prestação de cuidados médicos à Autoridade Palestina.
Quase 450.000 palestinos na Cisjordânia e Gaza receberam a vacina Covid-19 até agora, de acordo com os números da AP, dos quais pouco mais de 270.000 receberam duas doses. Os dois territórios têm uma população de 4,5 milhões a 5 milhões de pessoas.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).