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    Palco de 39 coroações, Abadia de Westminster é lugar-chave para a monarquia britânica há mais de 750 anos

    Casamentos, funerais e outras cerimônias reais têm tido lugar neste templo no centro de Londres; além da realeza, figuras como Isaac Newton, Stephen Hawking e Charles Darwin foram sepultados no local

    A rainha Elizabeth II e a sua família na Abadia de Westminster no final de uma cerimónia que assinalou os 60 anos da coroação da rainha, em 4 de junho de 2013.
    A rainha Elizabeth II e a sua família na Abadia de Westminster no final de uma cerimónia que assinalou os 60 anos da coroação da rainha, em 4 de junho de 2013. Anthony Devlin/Pool/AFP via Getty Images

    Andreia Mirandada CNN

    É o palco da coroação e para onde convergirão todos os caminhos de Londres no próximo sábado. A Abadia de Westminster, o templo mais antigo e famoso da capital do Reino Unido, é o cenário escolhido pela família real há quase mil anos para as celebrações mais importantes, desde coroações a casamentos, passando também pelos funerais de Estado.

    A sua ligação à família real data dos anos 1040 quando o rei Edward, o Confessor, instalou o palácio real nas margens do rio Tamisa, bem perto de um pequeno mosteiro beneditino que o monarca decidiu ampliar em honra do apóstolo São Pedro.

    A igreja ficaria conhecida como “west minster”, ou catedral do leste, para ser distinguida da Catedral de S. Paulo (a “east minster”) na cidade de Londres.

    Mas, no dia em que a igreja foi consagrada, a 28 de dezembro de 1065, o rei adoeceu e não compareceu à cerimónia. Poucos dias depois, morreria. Em meados do século XIII, o rei Henry III decidiu reconstruir a igreja com um estilo gótico.

    De acordo com o site oficial, por ordem do rei de Inglaterra, a Abadia de Westminster foi então concebida para ser “não só um grande mosteiro e local de culto, mas também um local para a coroação e o enterro dos monarcas”, tendo a nova igreja sido consagrada a 13 de outubro de 1269.

    Para além dos monarcas, na Abadia de Westminster estão também sepultadas algumas das figuras mais importantes da história do Reino Unido, como o matemático Isaac Newton, o astrofísico Stephen Hawking ou o cientista Charles Darwin.

    O 40º monarca a ser coroado em Westminster

    É desde 1066 que todas as coroações de monarcas britânicos tiveram lugar neste templo do centro de Londres, tendo sido a primeira a de William I, o Conquistador, que foi coroado no dia de Natal daquele ano.

    Com exceção de Edward V (que foi destituído antes de ser coroado) e Edward VIII (que abdicou do trono), depois de William I, todos os soberanos foram coroados na Abadia de Westminster seguindo o ritual da unção com os óleos sagrados.

    Na coroação de Elizabeth II, a primeira a ser transmitida na televisão, esse foi o único momento que não foi filmado, uma limitação que vai ser seguida por Carlos III no dia 6 de maio.

    Carlos III será o 40º monarca a ser coroado na abadia, numa cerimónia que se assemelha ao serviço de coroação elaborado por São Dunstano, arcebispo da Cantuária entre 960 e 978, e que foi praticamente mantido intacto desde então.

    Para a celebração, o novo monarca escolheu pessoalmente as músicas que serão tocadas e quem estará na cerimónia.

    Foi ainda revelado esta semana que a tradicional homenagem dos pares foi substituída, de acordo com a CNN Internacional, por uma “homenagem do povo”, em que o público será convidado a juntar-se a “um coro de milhões de vozes que, pela primeira vez na história, poderão participar deste momento solene e alegre”.

    Segundo a revista Hello, também o príncipe William irá prestar a “homenagem de sangue real”, também descrita como “palavras de fidelidade”, à semelhança do juramento que o pai fez à rainha Elizabeth II em 1953.

    Certo é que a história da Abadia de Westminster é indissociável da monarquia britânica, até porque, de acordo com o site oficial do templo, para além das coroações, só na Abadia estão enterrados 17 reis e rainhas britânicos e ali foram também realizados os casamentos e as cerimónias fúnebres de muitos outros monarcas e familiares, embora os seus corpos não estejam sepultados nesta igreja – é o caso do da princesa Diana, da rainha-mãe e da rainha Elizabeth II.

    A 29 de abril de 2011, casavam no templo da capital do Reino Unido os agora príncipe de Gales, William e Kate, numa cerimónia que foi vista por mais de 162 milhões de pessoas por todo o mundo.

    Antes, em 1947, tinham casado no mesmo local a rainha Elizabeth II e o duque de Edimburgo.

    No total, a Abadia de Westminster foi palco de 16 casamentos reais, tendo sido Henry I e Matilde da Escócia o primeiro casal real a contrair matrimónio no templo, em 1100.

    As cerimónias anuais incluem ainda um serviço de ação de graças pela vitória na Batalha da Grã-Bretanha em 1940, uma cerimónia para os juízes no início do ano judicial e uma cerimónia para assinalar o Dia da Commonwealth.