Países da União Europeia tentam aprovar lei para restaurar ecossistemas
Medida pode ser arquivada após eleições para o parlamento marcadas para junho
Um grupo de 11 países, liderados pela Irlanda, fez uma última tentativa de aprovar a política emblemática da União Europeia para restaurar ecossistemas prejudicados, em meio a preocupações de que a lei possa ser arquivada após as eleições da UE em junho.
A lei estaria entre as maiores políticas ambientais da UE, exigindo que os países introduzissem medidas para restaurar a natureza em um quinto de suas terras e mares até 2030.
Os países da UE tinham planejado aprovar a política em março, mas cancelaram a votação depois que a Hungria inesperadamente retirou seu apoio para eliminar a escassa maioria a favor.
“A restauração dos ecossistemas é essencial para mitigar e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas e para salvaguardar a segurança alimentar europeia”, disseram os 11 países em uma carta aos ministros do meio ambiente de outros países da UE, publicada nesta terça-feira (14).
“Nosso fracasso como líderes da UE em agir agora prejudicaria fundamentalmente a fé pública em nossa liderança política”, disseram eles.
A carta foi assinada por Chipre, República Tcheca, França, Dinamarca, Estônia, Alemanha, Irlanda, Lituânia, Luxemburgo, Eslovênia e Espanha.
Os países da UE e os legisladores chegaram a um acordo no ano passado, mas alguns advertiram que sobre regras pesadas às indústrias. Os agricultores organizaram protestos em toda a Europa sobre questões que incluem regulamentos rigorosos da UE.
Diplomatas da UE disseram nesta terça-feira (14) que nenhum país mudou sua posição sobre a lei desde março – deixando os membros em um impasse.
A Hungria, a Itália, a Holanda e a Suécia opõem-se à política da natureza, enquanto a Áustria, a Bélgica, a Finlândia e a Polónia pretendem abster-se. Os outros membros da UE apoiam a política.
“Precisamos de um país”, disse um diplomata da UE.
Os 11 países sugeriram a apresentação da lei para aprovação em uma reunião de ministros do meio ambiente em 17 de junho.
A data seria dias após as eleições para o Parlamento Europeu, algo que poderia dar aos países um espaço político para apoiar a lei, segundo sugeriram funcionários da UE.
As pesquisas sugerem que a eleição vai render um Parlamento da UE composto por partidos de direita mais céticos em relação às políticas ambientais.