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    Países da África Ocidental organizam força de prontidão para restaurar governo no Níger

    Nações que integram a CEDEAO não estipularam prazo mas já iniciaram preparativos para uma eventual invasão ao país, com o objetivo de devolver o poder ao presidente Mohamed Bazoum, deposto no final de julho

    Chris LiakosSophie TannoMartin Goillandeauda CNN

    Os líderes da África Ocidental aumentaram nesta quinta-feira (10) a retórica contra os líderes golpistas do Níger, ordenando a “ativação” e o “desdobramento” de uma força regional de prontidão para restaurar a ordem constitucional no país atingido pelo golpe.

    Reunidos em Abuja, na Nigéria, após o término do ultimato de uma semana que deram à junta militar, os líderes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) pediram um destacamento “para restaurar a ordem constitucional na República do Níger”, de acordo com uma declaração lida por Omar Alieu Touray, Presidente da Comissão da Cedeao.

    Não ficou imediatamente claro o que implicaria o “desdobramento” e a “ativação” da força.

    A declaração também enfatizou a “determinação de manter todas as opções sobre a mesa para a resolução pacífica da crise”.

    Golpe militar: general se apresenta como novo líder do Níger

    O Níger está mergulhado no caos político desde o final do mês passado, quando o presidente Mohamed Bazoum foi deposto em um golpe de estado pela guarda presidencial.

    A Cedeao respondeu dias depois decretando sanções e emitindo um ultimato à junta militar no poder: renuncie dentro de uma semana ou enfrente uma potencial intervenção militar. Esse prazo terminou no domingo, 6 de agosto, sem nenhuma mudança na situação política.

    Os líderes da Cedeao disseram que sua preferência é encontrar uma solução diplomática para a crise e enviariam tropas como último recurso.

    O bloco regional “defenderá todas as medidas e princípios acordados pela cúpula extraordinária realizada no Níger em 30 de julho de 2023”, na qual fortes sanções foram decididas contra a junta militar no Níger.

    Touray também alertou sobre as consequências para “os Estados membros que, por sua ação direta ou indireta, impedem a resolução pacífica da crise”.

    Mali e Burkina Faso, liderados por soldados que tomaram o poder, expressaram solidariedade à junta do Níger e alertaram que qualquer intervenção militar seria vista como uma declaração de guerra. A Guiné também disse que apoia o Níger.

    As forças armadas do Níger pareciam estar se preparando para uma possível intervenção militar esta semana, disse uma fonte militar à CNN. Um comboio de cerca de 40 caminhonetes chegou à capital ao anoitecer de domingo, trazendo tropas de outras partes do país.

    Confusão e preocupação

    Vários analistas disseram à CNN que uma intervenção militar no Níger provavelmente não seria iminente, pois leva tempo para reunir as tropas da Cedeao.

    O comunicado é “sobre mobilizar os recursos necessários caso seja necessária uma intervenção, mas também é um sinal para a junta no Níger de que a Cedeao está preparada para tomar as ações necessárias, incluindo a força, caso as negociações falhem”, disse Murtala Abdullahi, analista de defesa e segurança de Abuja à CNN.

    O bloco não deu nenhum cronograma e o presidente nigeriano Bola Tinubu, que é o atual presidente, afirmou que o uso da força seria o último recurso. No entanto, as notícias podem ser recebidas em termos mais urgentes no Níger, disse o analista de segurança Abdourahamane Alkassoum à CNN, apontando que os militares nigerenses vêm ganhando apoio localmente enquanto a Cedeao continua a falar duro.

    Outro especialista lembrou que a Cedeao demorou 7 semanas para enviar tropas para Gâmbia em 2017 – uma missão menos complicada do que seria no Níger.

    “A missão à Gâmbia foi muito mais direta”, diz Cameron Hudson, associado sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. “O Níger não seria apenas uma intervenção, é um resgate de reféns de um presidente que está em prisão domiciliar e sendo usado como escudo humano pela junta.

    “O Níger tem um exército significativo treinado pelos EUA, testado em batalha por anos de contrainsurgência”, acrescentou.

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