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    Na Nova Zelândia, pais que recusaram sangue de vacinados para bebê perdem guarda do filho

    Por conta de um problema cardíaco, bebê passa por cirurgia necessária para salvar sua vida

    Lianne KolirinKathleen Magramoda CNN

    Na Nova Zelândia, os pais de um bebê de seis meses que se recusaram a permitir que ele se submetesse a uma cirurgia cardíaca usando sangue de pessoas vacinadas contra a Covid-19 perderam a guarda do filho.

    No início desta semana, um juiz decidiu que o menino, que foi operado em um hospital na Nova Zelândia, permaneceria sob a tutela do tribunal até que se recuperasse da cirurgia.

    O tribunal também nomeou dois médicos como seus agentes para supervisionar questões relacionadas à operação e à administração de sangue, de acordo com documentos do tribunal.

    O bebê tem um problema cardíaco congênito e precisou de uma cirurgia de coração aberto urgente para sobreviver, mas a operação foi adiada pela insistência de seus pais de que apenas sangue de doadores não vacinados contra a Covid-19 fosse usado.

    À CNN, a advogada dos pais, Sue Grey, confirmou que eles enviaram uma mensagem para ela dizendo que a cirurgia foi concluída e que seu filho estava bem.

    A polícia foi chamada pelo hospital depois que os pais do bebê impediram os médicos de tirar sangue dele para testes, de realizar uma radiografia de tórax e uma avaliação anestésica, informou o RNZ.

    Uma nova decisão na noite de quinta-feira (8) ordenou que os pais parassem de bloquear as tentativas dos médicos de se preparar para a operação.

    Os pais do bebê acreditavam que havia “proteínas de pico no sangue de pessoas que foram vacinadas e que essas proteínas estavam causando mortes inesperadas relacionadas a transfusões”, de acordo com o julgamento.

    Em uma seção de perguntas e respostas em seu site, o Serviço de Sangue da Nova Zelândia disse: “A chance de encontrar proteínas de pico no sangue doado é muito pequena e estará na faixa de picogramas, se é que existe”. Ele continuou dizendo: “Não há evidências de que isso represente qualquer risco para os destinatários”.

    Os pais já exigiam que o serviço de sangue recebesse uma doação de uma pessoa escolhida pela família, mas o órgão recusou e disse que não faz distinção entre doadores vacinados e não vacinados.

    No início desta semana, o tribunal ouviu que a Dra. Kirsten Finucane, cirurgiã cardíaca pediátrica chefe do Starship Hospital de Auckland, disse aos pais que era “simplesmente impraticável ter um doador direcionado”.

    Com os pais e os médicos incapazes de chegar a um acordo sobre o tratamento do bebê e a transfusão de sangue, o Serviço de Saúde da Nova Zelândia fez um pedido sob a Lei de Cuidados com Crianças em novembro, pedindo ao tribunal que nomeasse um médico para assumir a guarda temporária do bebê para seu tratamento médico.

    A Nova Zelândia tem taxas de vacinação relativamente altas para Covid-19, com cerca de 90% das pessoas com 12 anos ou mais recebendo duas doses e mais de 70% dos adultos qualificados recebendo uma primeira dose de reforço, de acordo com o ministério da Saúde.

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