Pais de 545 crianças separadas na fronteira dos EUA ainda não foram encontrados
Associação de advogados acredita que aproximadamente dois terços desses pais tenham sido deportados, o que dificulta a reunião das famílias
Advogados ainda não conseguiram fazer contato com pais de 545 crianças que foram separadas das famílias por oficiais das fronteiras dos Estados Unidos entre 2017 e 2018, de acordo com arquivos de tribunais publicados na terça-feira (20).
Centenas desses pais podem ter sido deportados sem seus filhos.
O arquivo do Departamento de Justiça e a União Americana pelas Liberdades Civis faz parte de um esforço em curso para identificar e reunir famílias separadas durante a administração de Trump, mais de dois anos depois que a política de “tolerância zero” de imigração foi criada.
Apesar de uma ordem da justiça federal ter obrigado a reunião de muitas dessas famílias, um relatório divulgado no ano passado revelou que podem existir outras milhares que não foram registradas pelos oficiais.
Um comitê-guia está tentando localizar esses familiares. Até 20 de outubro, o grupo tentou entrar em contato com parentes de 1.030 crianças. Entre essas, não conseguiu chegar aos pais separados de 545 filhos, de acordo com os registros.
Acredita-se que “aproximadamente dois terços” deles foram deportados sem os filhos, adiciona o relatório.
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As crianças já haviam sido liberadas da custódia do governo americano e provavelmente residem quase todas nos Estados Unidos com “padrinhos”.
Apesar de a pandemia da Covid-19 ter dificultado os esforços pela união das famílias, afirma o relatório, os advogados mantiveram as tentativas encontrá-las dentro do território.
“Após uma suspensão por causa da pandemia da Covid-19, a busca física por pais separados dos filhos foi retomada em locais onde é possível fazê-la de forma segura para os profissionais que trabalham junto ao comitê e para os membros de comunidades vulneráveis nas terras natais dos pais”, explica o relatório.
“Mesmo antes da Covid, já era muito difícil encontrar essas famílias, mas nós não vamos parar enquanto não encontrarmos cada uma delas!”, disse a advogada Lee Gelernt, que é parte da União Americana pelas Liberdades Civis.
“Algumas dessas crianças estão longe das famílias por anos, eram apenas bebês na época do trauma”.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)