Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Padres da religião cubana Santeria veem um ano difícil pela frente

    A religião funde o catolicismo com antigas crenças africanas trazidas para Cuba pelos escravos

    Rua em Havana, capital de Cuba
    Rua em Havana, capital de Cuba Getty Images

    Marc Frankda Reuters

    Padres da religião afro-cubana Santeria alertaram, na segunda-feira (2), sobre um ano difícil pela frente e pediram aos seguidores que se prevenissem contra calamidades e problemas sociais crescentes após um ano difícil em 2022, no qual um número recorde de cubanos deixou a ilha controlada pelos comunistas.

    “Não atrase os trabalhos religiosos e consagrações pendentes”, aconselharam os sacerdotes, conhecidos como babalawos e agrupados na Associação Cultural Iorubá de Cuba, em sua Carta do Ano publicada no domingo (1º).

    Roberto Padron Silva, presidente da associação, disse em conferência de imprensa que a carta sombria não deve ser mal interpretada porque vários sinais para este ano revelaram que, com esperança e muito trabalho, “este pode ser um ano melhor”.

    Milhões de cubanos praticam a religião repleta de rituais, que funde o catolicismo com antigas crenças africanas trazidas para Cuba pelos escravos.

    Os babalawos alertaram para o aumento de doenças infecciosas e relacionadas ao estresse, aumento do alcoolismo e da criminalidade.

    “Estão previstos desastres naturais devido a furacões, turbulências no mar e inundações de rios com perdas econômicas e humanas”, disse a carta.

    O ano passado foi particularmente difícil para a maioria dos cubanos vivendo sob amplas sanções dos Estados Unidos após já ter sofrido com dois anos de bloqueios pandêmicos, inflação violenta e escassez de alimentos, remédios e outros.

    Um número recorde de cubanos saiu da ilha. Com cerca de 250 mil entrando nos Estados Unidos, de acordo com estatísticas do governo americano, a maioria atravessando a fronteira mexicana.

    A Carta do Ano via a “necessidade de uma mudança de mentalidade que facilite o desenvolvimento” na economia dominada pelo Estado e de “promover legalmente as possibilidades econômicas internas na produção agroindustrial”.

    Eles também expressaram preocupação com o envelhecimento da população devido à diminuição “da natalidade” e ao “êxodo” juvenil.

    Ao longo dos anos, alguns grupos se separaram da associação e alguns agora emitem suas próprias cartas.

    Babalawo Víctor Betancourt, da Comissão Organizadora independente da Carta do Ano Miguel Febles Padron, disse à Reuters em outra entrevista coletiva a alguns quilômetros de distância que sua Carta era muito mais otimista.

    “Os sinais sinalizam que o melhor ano para Cuba desde 1959 (a Revolução de Fidel Castro) é 2023”, disse ele.

    “Tenho muita esperança de que Cuba e os Estados Unidos cheguem a um acordo.”