Otan pode aumentar presença militar se tropas russas permanecerem em Belarus
Rússia tem 30 mil soldados no país vizinho do norte da Ucrânia para realização de exercícios militares conjuntos


A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pretende aumentar sua presença militar nos países bálticos e na Polônia caso a Rússia mantenha suas tropas em Belarus após um exercício militar planejado, disse o chefe da aliança militar ocidental nesta segunda-feira (7).
A Rússia tem 30 mil soldados no país vizinho do norte da Ucrânia para exercícios militares conjuntos este mês, disse a Otan, elevando o total de presença militar russa nas fronteiras da Ucrânia para mais de 100 mil.
Os Estados Unidos enviaram 3 mil soldados para a Romênia e a Polônia na semana passada para tranquilizar os aliados, enquanto a Alemanha disse que estava considerando um aumento de seu atual destacamento militar na Lituânia.

Outros desdobramentos de aliados da Otan são possíveis, disse Rob Bauer, almirante holandês, que chefia o principal órgão de estratégia da Otan.
“Temos tropas na aliança continuamente, nas diferentes nações [aliadas] – o debate sobre isso é o resultado de coisas que estão em andamento agora. Sim, estamos analisando. Pode haver mudanças no futuro como resultado desses dessdobramentos”, disse Bauer em entrevista coletiva em Vilnius.
“Depende muito, é claro, se as tropas russas em Belarus permanecem em Belarus”, acrescentou.
Moscou disse que não está planejando uma invasão da Ucrânia, mas pode tomar uma ação militar não especificada se suas exigências de segurança não forem atendidas, incluindo a promessa de que a Otan nunca admitirá Kiev na aliança – uma exigência que os Estados Unidos e a aliança de segurança ocidental de 30 nações consideraram inaceitável.
“Se você olhar para o acúmulo de forças, a Rússia pode realmente ter forças suficientes para uma invasão séria até o final deste mês”, disse Bauer. “Se eles vão fazer isso, se eles têm a verdadeira intenção ou não, não sabemos.”
Os desdobramentos mais recentes na fronteira com Belarus incluíram hospitais de campanha e outras unidades auxiliares necessárias para apoiar um ataque militar, disse Bauer.
“Se você está realmente considerando uma invasão, você realmente precisa de mais do que as forças de combate. E isso é algo que também vemos cada vez mais reunidos ao longo das fronteiras com a Ucrânia e Bielorrússia com a Ucrânia. Isso por si só é muito preocupante”, ele disse.
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Um soldado ucraniano aponta para um cachorro em uma trincheira da linha de frente. Os cães vivem nessas trincheiras com os soldados e fornecem um alerta precoce contra intrusos • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Uma usina de energia é vista na cidade ucraniana de Kramatorsk, não muito longe da linha de frente do conflito • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Soldados ucranianos sentam-se na traseira de um caminhão em Slov'yanoserbs'k • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Soldados ucranianos vigiam sua posição na trincheira. "Um dos soldados apontou para o horizonte e disse: 'Vê aquele monte? Os terroristas estão atrás daquele monte'", disse o fotógrafo Timothy Fadek. "Eles se referem aos separatistas como terroristas." • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um olhar dentro de uma trincheira ucraniana na linha de frente • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um agricultor em Muratova corta madeira enquanto os membros da família a recolhem para vender a uma base militar ucraniana próxima • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Os soldados ucranianos com quem Fadek passou um tempo estavam extremamente relaxados, segundo ele. "Eles abraçaram a inevitabilidade" • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Uma mulher vende peixe seco na estrada que leva a Kramatorsk • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um soldado ucraniano ajusta sua máscara de esqui para enfrentar o frio da região • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Soldados esperam em seus postos nas linhas de frente • Timothy Fadek/Redux for CNN
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Um soldado caminha com cães em uma trincheira da linha de frente. "Eu estive nas trincheiras muitas vezes antes no verão", contou Fadek. "Esta é a primeira vez que foi no inverno. Como as trincheiras e a paisagem estão cobertas de neve, me lembra as trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Miséria fria • Timothy Fadek/Redux for CNN