Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Os 6 pontos principais das prévias do partido Republicano em Iowa

    Donald Trump conseguiu vitória expressiva no primeiro desafio para a indicação para a disputa presidencial de 2024

    Eric Bradnerda CNN

    Donald Trump demonstrou com a vitória nas prévias de Iowa, na segunda-feira (15), que ainda domina o partido Republicano.

    O ex-presidente dos Estados Unidos venceu as convenções republicanas de Iowa por uma margem recorde, dando início à tentativa de conseguir a terceira indicação consecutiva para a disputa das eleições presidenciais do seu partido.

    Trump conseguiu o resultado mesmo não tendo participado de debates, por exemplo.

    O governador da Flórida, Ron DeSantis, superou a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley em um distante segundo lugar, embora a próxima disputa para a indicação aconteça em New Hampshire, onde as pesquisas mostram Haley em uma posição muito mais forte.

    Os resultados em Iowa demonstraram como os republicanos permanecem devotados a Trump em meio a uma campanha incomum, travada entre as primárias e aparições no tribunal, enquanto ele luta contra quatro acusações, incluindo processos ligados aos esforços para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2020.

    Aqui estão seis pontos principais do que aconteceu nas prévias do partido Republicano em Iowa:

    Trump elogia adversários

    Ao comemorar sua vitória histórica na noite de segunda-feira em Des Moines, Trump deixou de lado apelidos e insultos que utiliza contra os rivais republicanos.

    Ele parabenizou DeSantis, Haley e o empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy por seus desempenhos e descreveu os três como “pessoas muito inteligentes, pessoas muito capazes”.

    Mas a mensagem aos principais adversários não poderia ter sido mais clara: é hora de sair da disputa e embarcar em sua candidatura.

    “É muito importante e quero fazer disso uma grande parte da nossa mensagem: vamos nos unir. Isso também acontecerá em breve”, destacou Trump.

    O campo republicano já se estreitou ainda mais: Ramaswamy, que terminou em quarto lugar, encerrou a sua campanha e apoiou imediatamente o ex-presidente.

    Trump está bem à frente dos demais

    Com o ex-presidente superando 50% dos votos em Iowa e nem DeSantis, nem Haley conseguindo um segundo lugar isolado, os republicanos não estão mais próximos de uma disputa um contra um entre Trump e algum outro candidato como em 2016.

    Falando aos apoiadores depois que Trump deu o discurso de vitória, Haley e DeSantis prometeram continuar suas campanhas.

    “Recebemos nossa passagem para sair de Iowa”, pontuou o governador da Flórida. Ele estava programado para visitar a Carolina do Sul, estado natal de Haley, antes de seguir para New Hampshire, onde participará do CNN Town Hall.

    Haley, por sua vez, está a um dígito de Trump em New Hampshire, mostram as pesquisas eleitorais.

    Ela espera capitalizar um eleitorado mais moderado e usá-lo como plataforma de lançamento para efetivamente se posicionar como a única alternativa do partido a Trump.

    “Posso dizer com segurança que esta noite Iowa transformou as primárias republicanas em uma disputa entre duas pessoas”, disse ela aos apoiadores.

    Tipos de eleitores que apoiaram os candidatos

    As sondagens mostraram a amplitude do apoio de Trump nos principais círculos eleitorais do partido Republicano.

    Po exemplo, 53% dos cristãos evangélicos brancos apoiaram Trump, contra 27% que apoiaram DeSantis e 13% de Haley.

    Esses números que sublinham por que o ex-presidente é o grande favorito na Carolina do Sul, onde os evangélicos constituem uma grande parcela do eleitorado das primárias do partido, embora seja Estado natal de Haley.

    Os graduados universitários se dividem de forma um tanto igualitária entre Trump, Haley e DeSantis. Mas o empresário dominou aqueles sem diploma universitário, com 67% de apoio.

    Haley dominou o eleitorado formado por aqueles que se identificaram como moderados ou liberais. Ela ganhou o apoio de 63% desse grupo, um número que seria um bom presságio para um confronto nas eleições gerais com o presidente Joe Biden.

    Entretanto, ele também reflete o quão longe Haley tem de ir para conseguir avanços junto do eleitorado republicano nas primárias.

    As pesquisas descobriram que ela se saiu bem com aqueles que acreditam que Biden venceu de forma justa as eleições de 2020 e com aqueles que dizem que a qualidade que mais importava para eles era ter o temperamento certo.

    DeSantis, por sua vez, mostrou mais força entre os principais constituintes do Partido Republicano.

    Daqueles cujo voto se baseou no candidato que compartilha os seus valores, Trump liderou com 43%, mas os 31% de DeSantis estavam bem à frente dos 13% de Haley.

    Ainda assim, com poucos sinais de fraqueza por parte de Trump, não está claro onde DeSantis tem oportunidades de obter ganhos.

    Haley quer acabar com o “pesadelo Trump-Biden”

    À medida que a disputa muda para um território mais favorável para Haley, ela usou seu discurso na noite de segunda-feira em Iowa para argumentar que é o “antídoto” para uma revanche entre Biden e Trump.

    Haley argumentou que a maioria dos americanos desaprova tanto o atual mandatário como o ex-presidente e insistiu que a sua campanha é “a última esperança de parar o pesadelo Trump-Biden”.

    Embora tenha parabenizado Trump por sua vitória, ela destacou que o empresário e Biden têm “mais em comum do que você pensa”.

    “Trump e Biden carecem de uma visão para o futuro do nosso país, porque ambos estão consumidos pelo passado, por investigações, por vinganças, por queixas. Os Estados Unidos merecem coisa melhor”, disse.

    DeSantis promete continuar campanha

    Depois de ser declarado o segundo colocado nas convenções, DeSantis afirmou aos apoiadores que sobreviveu após ter “tudo atirado contra ele” em Iowa, enquanto prometia continuar sua campanha.

    No entanto, o governador está entrando no que pode ser uma fase difícil, com as pesquisas indicando que ele está muito atrás de Trump e Haley em New Hampshire.

    Espera-se que Trump domine as convenções do partido Republicano em Nevada.

    Assim, esperanças de DeSantis podem depender, em grande parte, de fatores externos. Os próximos julgamentos contra Donald Trump poderão se tornar um ponto crítico que alterará a trajetória da corrida eleitoral.

    Haley, que enfrenta um escrutínio cada vez maior nos últimos meses, pode tropeçar em New Hampshire.

    A decisão de DeSantis de visitar a Carolina do Sul primeiro, antes de viajar para New Hampshire, mostra a importância do estado.

    Foi lá onde Haley atuou como governadora, mas os eleitores das primárias podem se alinhar mais com a política de DeSantis. Perturbar Haley em seu território nas primárias de 24 de fevereiro poderia impulsionar DeSantis para a Superterça, em 5 de março.

    Outro golpe para os caucuses de Iowa

    DeSantis apostou tudo em Iowa. Ele visitou todos os 99 condados do estado, um feito popularizado pelo antigo senador republicano de Iowa Chuck Grassley. Ele também teve o apoio do popular governador Kim Reynolds.

    No final das contas, tudo o que ele conseguiu foi um distante segundo lugar, atrás de um ex-presidente que quase não fez campanha em Iowa e de uma rival em ascensão tardia, que há muito tempo está muito mais focada em New Hampshire.

    Os resultados demonstraram a contínua nacionalização das disputas de nomeação presidencial.

    Assim, a noite de segunda-feira deixou clara a influência cada vez menor das autoridades locais, visto que mais da metade dos legisladores republicanos do estado apoiaram DeSantis, e dos ativistas, já que o influente conservador Bob Vander Plaats, que apostou certo nos últimos três vencedores das convenções republicanas de Iowa, perdeu com DeSantis esta ano.

    O resultado também jogou contra Ramaswamy, que foi o candidato que realizou mais eventos em Iowa, de acordo com o Des Moines Register.

    O melhor que os republicanos de Iowa puderam dizer foi que as convenções não estavam nem perto do desastre de contagem de votos que os democratas enfrentaram em 2020, quando o partido não conseguiu decidir imediatamente se Pete Buttigieg ou o senador de Vermont Bernie Sanders haviam vencido, uma bagunça que levou o Comitê Nacional Democrata a rebaixar Iowa em seu processo de nomeação.

    Tópicos