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    Organização pede que a Colômbia ajude Venezuela a respeitar direitos humanos

     Human Rights Watch exortou Petro a apoiar a entrada de assistência humanitária no país

    Da Reuters

    O presidente colombiano, Gustavo Petro, poderia usar o restabelecimento das relações diplomáticas com a Venezuela para promover o respeito aos direitos humanos naquele país, além de facilitar negociações genuínas para restaurar o Estado de direito, disse a organização Human Rights Watch (HRW) na segunda-feira (24).

    A organização que promove a defesa dos direitos humanos também exortou Petro a apoiar a entrada de assistência humanitária na Venezuela, acabar com a colaboração das forças de segurança do país exportador de petróleo com os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e abordar a violência, abuso e tráfico de pessoas na fronteira entre os dois países.

    Petro, que em agosto assumiu o cargo de primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, restabeleceu as relações diplomáticas com a Venezuela e promoveu a reabertura da fronteira de 2.219 quilômetros com a retomada do comércio entre os dois países.

    “Em suas conversas com o governo de Maduro, a Colômbia deve priorizar a obtenção de compromissos concretos das autoridades venezuelanas para respeitar os direitos humanos”, disse a carta da HWR a Petro.

    “A Colômbia pode desempenhar um papel fundamental para ajudar a acabar com as violações de direitos humanos na Venezuela e na fronteira com a Colômbia, e restaurar os direitos políticos e o Estado de direito”, acrescentou.

     

    Não houve resposta oficial imediata do governo da Colômbia ao pedido da HRW, organização que afirma que a Venezuela enfrenta uma crise humanitária e de direitos humanos que obrigou mais de 7,1 milhões de pessoas a fugir de seu país.

    Também não foi possível obter comentários do governo do presidente Nicolás Maduro em Caracas.

    Em setembro de 2022, a Missão Internacional de Apuração de Fatos das Nações Unidas sobre a Venezuela estabeleceu que as agências de Inteligência estatais sob o comando de Maduro reprimiram a oposição por meio de prisões arbitrárias e torturas que constituíam crimes contra a humanidade.

    A organização não governamental disse que o governo colombiano poderia ajudar a implementar as recomendações da missão de observação eleitoral da União Europeia antes das eleições marcadas para 2024.

    Os Estados Unidos admitiram recentemente que podem aliviar as sanções à Venezuela se Maduro voltar às negociações com a oposição no México e tomar medidas para organizar eleições livres.

    Caracas rompeu relações com Bogotá no início de 2019, depois que opositores venezuelanos tentaram atravessar o território colombiano com caminhões carregados de alimentos e remédios, argumentando que essa ajuda mascarava uma tentativa de golpe da oposição com o apoio de Washington.

    Os governos colombianos anteriores a Petro acusaram Maduro de abrigar criminosos e grupos rebeldes em território venezuelano, acusações que o presidente negou.

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