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    Oposição anuncia apoio à coalização para tirar Benjamin Netanyahu do cargo

    Aliança entre partidos, anunciada neste domingo (30) por Naftali Bennett, ainda precisa de aprovação do Parlamento; Netanyahu está há 12 anos no poder

    Hadas Gold e Andrew Carey, CNN

    A corrida de Benjamin Netanyahu como o primeiro-ministro israelense mais antigo pode estar chegando ao fim. Naftali Bennett, líder do pequeno partido de direita Yamina, anunciou neste domingo (30) que está trabalhando em prol de um acordo de coalizão com Yair Lapid, líder do partido centrista Yesh Atid, para ingressar em um novo governo.

    O fato se torna evento sísmico na política israelense e, se a coalizão tomar posse, encerrará os 12 anos de Netanyahu como primeiro-ministro de Israel.

    Em um discurso exibido na TV neste domingo, Bennett disse aos israelenses que está se juntando ao novo governo para evitar uma quinta eleição e “resgatar o país dessa rotação”, se referindo as quatro últimas eleições que não tiveram resultado. “Depois de quatro eleições e mais dois meses, foi provado a todos nós que simplesmente não há governo de direita possível liderado por Netanyahu. É uma quinta eleição ou um governo de unidade”, disse Bennett.

    Ele rejeitou as sugestões de que a coalizão, que incluiria uma ampla faixa de partidos, seria um governo de esquerda, em vez de homenagear a prontidão de potenciais parceiros da coalizão em permitir que ele se tornasse o líder de Israel.

    “A esquerda está fazendo concessões difíceis para permitir que eu me torne primeiro-ministro”, disse ele. “Este governo não se desligará nem entregará territórios, nem terá medo de lançar uma operação militar, se necessário”, acrescentou.

    Pouco depois de Bennett falar aos israelenses, Netanyahu também fez uma declaração na qual denunciou o líder do partido Yamina como um homem que não se importava com nada além de se tornar primeiro-ministro.

    Netanyahu lembrou ainda que, antes da eleição de março, Bennett havia dito que não se sentaria em um governo liderado por Lapid, Netanyahu disse que os princípios de seu rival de direita “não têm o peso de uma pena.” Bennett estava tentando aplicar o “engano do século”, disse Netanyahu. 

    Naftali Bennett, líder partido de direita Yamina
    Naftali Bennett, líder partido de direita Yamina, anunciou neste domingo (30) que está trabalhando em prol de um acordo de coalizão para formação de um novo governo
    Foto: Kristy Sparow/Getty Images

    Liderança rotativa

    É amplamente esperado que qualquer acordo de unidade que seja formalizado teria a posição de primeiro-ministro rotativa, com Bennett em primeiro lugar e Lapid em segundo.

    O arranjo é visto como incomum, e se torna único pelo fato de que o partido de Bennett ganhou apenas sete cadeiras na última eleição. Mas seu partido se tornou um dos “fazedores de reis” na política israelense, já que Netanyahu e o bloco pró-mudança tentaram cortejar Bennett, afinal precisam de seus sete assentos para aproximá-los da maioria necessária (61 assentos) para formar um governo no Knesset, o Parlamento israelense.

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    Foto: Reuters

    A coalizão chamada “mudança” provavelmente será composta de partidos da direita à esquerda da política israelense, mas ainda quase certamente precisaria de algum tipo de apoio externo para atingir o limite de 61 assentos. Esse apoio pode vir de fora do governo, como um dos partidos árabes, provavelmente o Islamist United Arab List, liderado por Mansour Abbas.

    E pode não haver muita união de uma ampla gama de partidos além do desejo de derrubar Netanyahu. Com questões urgentes como manter o cessar-fogo com militantes liderados pelo Hamas em Gaza e tensões crescentes em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, este poderia ser um governo frágil facilmente dividido por divisões ideológicas.

    Lapid agora precisa assinar acordos formais de coalizão com todos os partidos antes de anunciar, de fato, sua coalizão, primeiro ao presidente de Israel e depois ao presidente do Knesset.

    A partir disso, o Parlamento tem uma semana para votar os acordos de coalizão antes que o novo governo e um novo primeiro-ministro israelense possam tomar posse.

    (Esse texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)

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