ONU pede passagem segura de civis após morte de trabalhadores humanitários em Mariupol
Mortes ocorreram há quase um mês, mas as informações só foram disponibilizadas agora, segundo Martin Griffiths, subsecretário-geral para assuntos humanitários e coordenador de ajuda de emergência da ONU
O chefe humanitário da ONU pediu a todas as partes, nesta quinta-feira (14), que forneçam passagem segura de civis para fora da cidade portuária sitiada de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, após o anúncio de que dois trabalhadores humanitários e seus familiares foram mortos.
“Estou profundamente triste com a morte de pelo menos dois trabalhadores humanitários, juntamente com cinco de seus parentes, durante um ataque que atingiu o escritório da organização não governamental Caritas em Mariupol, em 15 de março. Os eventos ocorreram há quase um mês, mas as informações só estão disponíveis agora”, disse Martin Griffiths, subsecretário-geral para assuntos humanitários e coordenador de ajuda de emergência, em um comunicado.
Griffiths passou a “apelar para que as partes em conflito concordem com urgência sobre arranjos claros para a passagem segura de civis para fora de áreas onde suas vidas estão em risco, bem como a passagem segura, rápida e desimpedida de assistência humanitária para áreas onde os civis estão enfrentando níveis catastróficos de necessidades, especialmente em áreas que foram ou permanecem sitiadas”.
Na terça-feira, o chefe da Caritas Internationalis expressou choque e horror ao saber da morte de duas funcionárias da Caritas Ucrânia Mariupol.
“Nós nos unimos em luto e solidariedade com o sofrimento das famílias e nossos colegas da Caritas Ucrânia que estão vivendo uma tragédia”, disse o secretário-geral da Caritas Internationalis, Aloysius John, em comunicado.
John acrescentou que o escritório nacional da Caritas Ucrânia ainda está investigando o incidente, acrescentando que provavelmente ocorreu em 15 de março, quando “um tanque disparou contra o prédio do centro da Caritas em Mariupol, matando dois funcionários e cinco de seus parentes. Neste momento, devido à ausência de comunicação com a cidade de Mariupol, bem como à falta de acesso às instalações do centro da Caritas, nosso escritório nacional da Caritas Ucrânia ainda está coletando informações para determinar o que aconteceu. Presume-se que os dois funcionários da Caritas, juntamente com suas famílias, se refugiaram no centro durante o ataque de artilharia”.
A CNN não conseguiu confirmar de forma independente o incidente do mês passado.