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    ONU e líderes mundiais condenam Israel por operações militares na Síria

    Ataques israelenses aumentaram no território sírio desde a queda do regime de Bashar al-Assad

    Da Reuters

    A Organização das Nações Unidas e diversos países condenaram Israel na quarta-feira (11) por suas operações militares contínuas na Síria, apesar do governo interino sírio ter anunciado na terça-feira (10) que havia oficialmente assumido o poder.

    O Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, que estava em visita à África do Sul, fez uma última declaração sobre a questão síria na noite de quarta-feira.

    Ele reiterou que a integridade territorial e a soberania da Síria devem ser mantidas e pediu a todas as partes envolvidas para promover um processo político inclusivo.

    Guterres também condenou a contínua ocupação ilegal de Israel das Colinas de Golã, dizendo que tais ações não só violam o direito internacional, mas também exacerbam ainda mais a situação na região.

    No mesmo dia, vários países, incluindo a Rússia, a França e a Alemanha emitiram declarações condenando as recentes operações militares de Israel na Síria.

    Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, expressou em uma conferência de imprensa que as recentes ações militares israelenses em território sírio violaram o Acordo sobre a Desconexão entre Israel e a Síria assinado em 31 de maio de 1974, exacerbando a turbulência na Síria.

    O Ministério das Relações Exteriores francês disse que Israel deve retirar suas tropas da zona de proteção entre as Colinas de Golã ocupadas e território sírio. Também observou que qualquer implantação militar zona-tampão violaria o Acordo sobre a Desvinculação.

    A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, pontuou que a Alemanha não permitiria que o processo de diálogo interno na Síria fosse prejudicado por forças externas.

    Ataques de Israel na Síria após queda de Assad

    As Forças de Defesa israelenses anunciaram na quarta-feira que atingiram a maioria das reservas estratégicas de armas da Síria nas últimas 48 horas. Na zona de proteção no sul da Síria, o exército israelense apreendeu recentemente vários tanques sírios e muitos armas e equipamentos.

    O exército israelense afirmou que atualmente continua a operar na Síria e na zona de amortecimento entre os dois países.

    Eles também disseram que sua brigada de paraquedistas e comandos estão conduzindo operações defensivas e eliminando ameaças na zona-tampão.

    Entenda o conflito na Síria

    O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

    O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

    A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

    O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

    Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

    Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

    A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

    Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

    Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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