Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    ONU diz não estar ciente de nenhum “programa de armas biológicas” na Ucrânia

    Reunião do Conselho de Segurança foi convocada a pedido da Rússia, que alegou influência dos EUA em território ucraniano

    Jonathan LandayHumeyra PamukSimon Lewisda Reuters

    O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu, nesta sexta-feira (11), a pedido da Rússia para discutir alegações de Moscou de que os Estados Unidos estariam fazendo uso de armas biológicas na Ucrânia.

    O Alto Representante da ONU para Questões de Desarmamento afirmou ao Conselho que “não está ciente” de nenhum programa de armas biológicas na Ucrânia, que ratificou um tratado internacional que proibia essas armas, assim como a Rússia.

    A Rússia convocou a reunião dos 15 membros do Conselho de Segurança para reforçar sua acusação infundada de que a Ucrânia administra laboratórios de guerra biológica com apoio dos EUA.

    A representante dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, assim como aliados do governo americano, expressou preocupações de que a Rússia possa estar disseminando essa acusação sem provas para poder lançar os seus próprios ataques com armas biológicas ou químicas.

    Durante a reunião, os membros rejeitaram a afirmação como “mentira” e “total absurdo” e usaram a sessão para amplificar acusações de que a Rússia deliberadamente tentou atingir e matou centenas de civis em sua invasão de 15 dias que o presidente Vladimir Putin chama de “operação militar especial”.

    O enviado russo à ONU, Vasily Nebenzya, repetiu a acusação, sem apresentar evidências, de que a Ucrânia tem um laboratório de armas biológicas com apoio do Departamento de Defesa dos EUA.

    Sob um acordo de 2005, o Pentágono auxilia vários laboratórios de saúde pública da Ucrânia a melhorar a segurança de patógenos perigosos e a tecnologia usada para pesquisa. Esse projeto teve o apoio de outros países e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

    A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que o governo dos EUA estava “profundamente preocupado” que a Rússia tenha convocado a sessão com um pretexto falso para preparar o terreno para o seu próprio uso de armas químicas ou biológicas na Ucrânia.

    Já o embaixador brasileiro nas Nações Unidas, João Genésio de Almeida Filho, defendeu que as denúncias russas devem ser verificadas de maneira independente. “O Brasil acredita que quaisquer acusações quanto às proibições estabelecidas em na Convenção de Armas Biológicas de 1972 são extremamente sérias e devem ser embasadas com evidências sólidas”, afirmou.

    O representante brasileiro no Conselho ainda reforçou que “o Brasil condena firmemente o uso e a ameaça de uso de armas de destruição em massa, incluindo biológicas e químicas, por quem quer que seja em qualquer situação”.