ONU: Cerca de 222 mil crianças podem morrer de desnutrição na crise humanitária no Sudão
Conflitos entre grupos armados assolam população do país
![Família sudanesa que fugiu do conflito em Murnei, na região de Darfur, aguarda para ser registrada pelo ACNUR ao lado de seus pertences ao cruzar a fronteira entre o Sudão e o Chade Família sudanesa que fugiu do conflito em Murnei, na região de Darfur, aguarda para ser registrada pelo ACNUR ao lado de seus pertences ao cruzar a fronteira entre o Sudão e o Chade](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/Reuters_Direct_Media/BrazilOnlineReportWorldNews/tagreuters.com2024binary_LYNXNPEK2F000-FILEDIMAGE-e1710966989929.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu nesta quarta-feira (20) para discutir a crise humanitária que assola o Sudão.
Edem Wosornu, diretor de operações do escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, disse que o país está possivelmente a caminho de ter a pior crise de fome do mundo.
“Os nossos parceiros humanitários estimam que, nas próximas semanas e meses, cerca de 222 mil crianças poderão morrer de desnutrição”, alertou Wosornu.
“Uma crise humanitária está acontecendo no Sudão sob um véu de inação e desatenção internacional. Simplificando, estamos falhando com o povo do Sudão”, adicionou.
Uma guerra civil que teve início dois anos depois de o país ter conquistado independência do Sudão causou centenas de milhares de mortes entre 2013 e 2018.
Desde então, há uma paz tênue entre os principais atores do conflito, mas os confrontos continuam entre grupos armados.
Alguns ativistas dizem acreditar que o recente aumento dos assassinatos está, pelo menos em parte, ligado a uma votação que escolherá os líderes para suceder ao atual governo de transição.
Mais de 150 pessoas foram mortas no final de janeiro e no início de fevereiro no norte e oeste do Sudão do Sul, em conflitos entre grupos rivais.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Noruega pediram na terça-feira (19) aos líderes do Sudão do Sul para que tomem medidas urgentes para garantir uma eleição genuína e pacífica.