ONG suspenderá serviço de ajuda a quase 20 países após decreto de Trump
Presidente dos EUA congelou a ajuda externa dos EUA em todo o mundo
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O Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês) disse nesta segunda-feira (10) que suspenderá o trabalho humanitário em quase 20 países em todo o mundo depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, congelou a ajuda externa dos EUA em todo o mundo.
A organização não governamental (ONG) afirmou que 20% de seu financiamento veio dos Estados Unidos em 2024, ou cerca de US$ 150 milhões, ajudando cerca de 1,6 milhão de pessoas em todo o mundo.
“Em nossos 79 anos de história, nunca experimentamos uma interrupção tão abrupta do financiamento de ajuda de nenhuma de nossas muitas nações doadoras, organizações intergovernamentais ou agências doadoras privadas”, destacou o NRC em um comunicado.
A agência afirmou que as consequências da suspensão da ajuda se tornariam cada vez mais sérias para as pessoas que enfrentam crises em todo o mundo.
Na Ucrânia, o NRC teve que interromper a distribuição de suporte de emergência para 57 mil pessoas em comunidades ao longo das linhas de frente programada para fevereiro e teve que demitir funcionários em todo o mundo.
O governo Trump ressaltou na segunda-feira passada que suspenderia todos os funcionários contratados diretamente pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglÊs) em todo o mundo e chamaria de volta milhares de pessoas que trabalham no exterior.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, observou que o governo entraria em contato com a USAID para identificar e designar programas que não seriam afetados pelas ordens de paralisação do trabalho.
No entanto, a NRC disse que não poderia aproveitar a isenção temporária a menos que o governo dos EUA retomasse os pagamentos a seus parceiros pelo trabalho concluído antes da pausa da assistência estrangeira.
“Atualmente, temos milhões de dólares em solicitações de pagamento pendentes para o governo dos EUA. Sem uma solução imediata, podemos, no final de fevereiro, ser forçados a interromper os programas humanitários que salvam vidas financiados pelos EUA”, informaram.
Isso incluiu o fornecimento de água limpa para 300 mil pessoas presas na cidade bloqueada de Djibo, em Burkina Faso, e o corte de financiamento para quase 500 padarias em Darfur, Sudão, que fornecem alimentos para centenas de milhares de pessoas, de acordo com a NRC.