Ômicron suprimiu os casos de Delta nos países onde surgiu, diz virologista
À CNN Rádio, Flávio Fonseca disse que ainda é cedo para saber a letalidade da cepa, mas que momento é de cautela
As autoridades ao redor do mundo estão preocupadas com o surgimento da variante Ômicron do coronavírus devido a dois motivos principais, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Fonseca.
Em entrevista à CNN Rádio nesta segunda-feira (29), o virologista elencou que a cepa apresentou “grandes mutações” e avaliou que o outro fato que “estarreceu e assustou autoridades” é a “rapidez com que ela substituiu a Delta.”
Ele destaca que a Delta já tinha um potencial maior de proliferação, mas, mesmo assim, a Ômicron “obliterou os casos de Delta nos países onde surgiu.”
Essa combinação demonstra que a variante nova tem potencial de disseminação ampliado, mas “ainda não se sabe em relação à letalidade” ou mesmo se ela escapa da proteção das vacinas. A situação é de “apertar os cintos e aguardar”, para ele.
Fonseca ainda avaliou a situação do Brasil em relação à Ômicron: “Uma variante com potencial desse tamanho chegará e torcemos para que impactos sejam similares aos da Delta e minimizados.”
“É importante acelerar ainda mais a vacinação, não apenas no momento que ela chegar e evitar dar brecha para o vírus se proliferar, uso de máscaras, manter distanciamento, isso tudo tem que ficar alerta”, completou.
Tendência de letalidade menor
Flávio Fonseca explicou que, embora os vírus sejam “mestres da mutação”, os que “matam hospedeiros muitas vezes morrem junto.”
Isso significa que, conforme eles evoluem, o potencial de mortalidade é diminuído. “Mas isso leva tempo, o coronavírus está aprendendo a conviver com a gente, a tendência é que o vírus fique menos letal.”
“Hoje, com quase dois anos de pandemia, ele ainda é bastante letal”, completou.
Com produção de Bel Garcia