Oficial do FBI alerta estados dos EUA sobre ameaça de hackers chineses
Antes das eleições de meio de mandato de 2022, hackers examinaram sistemas de TI de partidos americanos
Uma funcionária de alto escalão do FBI alertou os secretários de estado dos Estados Unidos nesta quinta-feira (16) que os hackers chineses representam uma “ameaça crescente”.
Ela também pontuou que os criminosos terem estado dispostos a atacar a infraestrutura dos partidos políticos antes da eleição de 2022 pode indicar “uma atividade cibernética chinesa mais significativa contra os estados no próximo ano”.
Os hackers apoiados pelo Estado chinês fazem parte de “um mar de coisas com as quais estamos preocupados”, disse Cynthia Kaiser, vice-diretora assistente da Divisão Cibernética do FBI, em uma conferência da Associação Nacional de Secretários de Estado em Washington.
Nas semanas anteriores às eleições de meio de mandato de 2022, os hackers chineses examinaram os sistemas de TI dos partidos políticos dos EUA em um possível reconhecimento para hackers subsequentes, levando o FBI a informar os envolvidos, informou a CNN e o Washington Post anteriormente.
Não ficou claro se houve algum comprometimento com a ação, que pode ter sido o tipo de espionagem de rotina que os atores estatais costumam realizar antes das eleições.
A preocupação do FBI sobre a espionagem cibernética chinesa ocorre em meio a tensões mais amplas com Pequim sobre um suposto balão espião chinês que os militares americanos derrubaram em 4 de fevereiro.
Kaiser alertou sobre o risco de ataques hackers durante fala aos funcionários eleitorais sobre potenciais ameaças de Rússia, Irã e outros cibercriminosos às redes estaduais e locais dos EUA, incluindo a infraestrutura eleitoral.
A CNN solicitou comentários da embaixada da China em Washington sobre as alegações de Kaiser, mas não obteve resposta até o momento.
O possibilidade de a Rússia atingir sistemas de computador estaduais e locais continua sendo uma “preocupação significativa” para as autoridades dos EUA, destacou Kaiser.
“Não temos nenhuma informação de inteligência de que a Rússia esteja procurando atingir os sistemas estaduais e locais ou eleitorais mais diretamente do que antes. Mas certamente estamos cientes da possibilidade”, acrescentou.
As eleições de meio de mandato de 2022 atraíram algumas tentativas de interferência estrangeira, incluindo operações de influência online, dizem autoridades, mas nada que impedisse as pessoas de votar ou alterasse seus votos.
A agitação doméstica no Irã e a guerra da Rússia na Ucrânia podem ter distraído ambos os países de agir para influenciar ou interferir nas eleições de meio de mandato dos EUA, avaliou um alto funcionário militar de cibernética dos EUA a repórteres em dezembro.
O FBI acusou Pequim de ter um programa de hackeamento maior do que todos os outros países juntos. A China nega rotineiramente tais alegações.
Em ação separada, o Serviço Secreto dos EUA acusou, em dezembro, hackers ligados ao governo chinês de roubar pelo menos US$ 20 milhões de subsídio da pandemia do coronavírus do governo dos EUA, invadindo fundos de seguro-desemprego e dinheiro de empréstimo da Administração de Pequenas Empresas.
O FBI acredita que a atividade foi feita para o “benefício financeiro” dos hackers chineses, pontuou Kaiser na quinta-feira.
“Mas as duas coisas podem ser verdadeiras: eles podem conduzir uma campanha porque querem ganhar dinheiro, mas também podem compartilhar isso com o governo chinês”, complementou Kaiser às autoridades eleitorais.