Ocidente e Rússia se desentendem sobre movimentos de tropas na fronteira da Ucrânia
Rebeldes apoiados por Moscou e forças ucranianas trocaram acusações sobre tiros disparados na região além da linha de cessar-fogo
Rebeldes apoiados pela Rússia e forças ucranianas trocaram acusações nesta quinta-feira de que cada um disparou além da linha de cessar-fogo no leste da Ucrânia, despertando alarme em um momento em que países ocidentais têm alertado sobre a possibilidade de uma invasão russa.
Moscou, que reuniu mais de 100 mil soldados perto da Ucrânia, nega que esteja planejando invadir sua vizinha e disse esta semana que está retirando algumas tropas. O Ocidente contesta que houve uma retirada significativa, e os Estados Unidos disseram que milhares de soldados ainda estão chegando.
Não foi possível determinar imediatamente se os relatos de disparos de artilharia ao longo da linha de frente representavam uma escalada ou se encaixavam em um padrão de violações do cessar-fogo que tem sido rotina ao longo de um conflito que entra em seu oitavo ano.
Os países ocidentais têm acusado repetidamente a Rússia de planejar usar um incidente nas áreas controladas pelos rebeldes para justificar um ataque, enquanto Moscou, por sua vez, acusou Kiev de planejar uma escalada para tentar recapturar território pela força.
Contrariando as afirmações da Rússia de que está recuando, uma autoridade de alto escalão do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, disse que até mais 7 mil soldados foram transferidos para a fronteira nos últimos dias, incluindo alguns que chegaram na quarta-feira.
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo que mostrava mais unidades partindo. A Maxar Technologies, uma empresa privada dos EUA que acompanha a mobilização militar russa, afirmou que imagens de satélite mostraram que, ao mesmo tempo em que a Rússia retirou alguns equipamentos militares da Ucrânia, outros equipamentos chegaram.
Um fotógrafo da Reuters na cidade de Kadiivka, na região rebelde de Luhansk, na Ucrânia, ouviu o som de alguns tiros de artilharia vindos da linha de contato, mas não conseguiu determinar os detalhes do incidente.
Os separatistas acusaram as forças do governo de abrir fogo em seu território quatro vezes nas últimas 24 horas. Kiev acusou os rebeldes de disparar projéteis, incluindo alguns que atingiram uma escola infantil.
Uma fonte diplomática disse que uma missão de monitoramento de longa data da Organização para Segurança e Cooperação na Europa registrou vários incidentes de disparos ao longo da linha de contato nas primeiras horas desta quinta-feira.
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Um soldado ucraniano caminha por uma trincheira em Svitlodarsk, na Ucrânia, no dia 11 de fevereiro • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Duas militares ucranianas fazem uma pausa em um refeitório na trincheira em Pisky, Ucrânia • Gaelle Girbes/Getty Images
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Voluntários paramilitares da Legião Nacional da Geórgia dão instruções a dois meninos (à dir.) sobre técnicas de tiro em Kiev, Ucrânia. A Legião Nacional da Geórgia viu um aumento nos pedidos de adesão e no número de participantes em seus cursos de treinamento no mês passado • Chris McGrath/Getty Images
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As forças armadas russas e bielorrussas participam do exercício militar "Allied Determination 2022", na Bielorrússia, em 11 de fevereiro de 2022. A segunda fase dos exercícios está prevista para durar até 20 de fevereiro • BELARUSÂ DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images
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Navio de desembarque da Marinha russa cruza o estreito de Bósforo a caminho do Mar Negro, no dia 9 de fevereiro, em Istambul, Turquia. O Ministério da Defesa da Rússia disse que seis grandes navios estão se movendo do Mediterrâneo para o Mar Negro, onde participarão dos exercícios já em andamento • Burak Kara/Getty Images
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Sistemas de mísseis de defesa aérea S-400 Triumf durante os exercícios militares conjuntos "Allied Determination 2022" realizados por tropas bielorrussas e russas • Russian Defence Ministry/TASS
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Soldados russos e bielorussos em exercícios militares na fronteira • BELARUS DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images
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Imagens de satélite mostram militares no aeródromo de Oktyabrskoye e Novoozernoye, na Crimeia, no aeródromo de Zyabrovka perto de Gomel, em Belarus, e em área de treinamento de Kursk, no oeste da Rússia • Maxar Technologies
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Soldados dos EUA chegam à base militar de Mihail Kogalniceanu, na Romênia, em 11 de fevereiro • Alexandra Stanescu /Anadolu Agency via Getty Images
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Equipamento militar do Exército dos EUA, que está sendo transportado da Alemanha para a Romênia, é visto dentro de uma base militar, no dia 10 de fevereiro, na Romênia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou o envio de 3.000 soldados adicionais para reforçar os contingentes militares de países membros da OTAN • Andreea Campeanu/Getty Images
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Veículos militares do Exército dos EUA circulam na área de treinamento militar de Grafenwoehr. O Exército dos EUA está transferindo cerca de 1.000 soldados, incluindo tanques e veículos militares, de sua base em Vilseck, no Alto Palatinado, para a Romênia • Armin Weigel/picture alliance via Getty Images
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Soldado ucraniano é visto saindo de Svitlodarsk, na Ucrânia, em 11 de fevereiro de 2022 • Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images
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Biden diz a Putin que EUA vão reagir com “consequências severas” se Rússia invadir Ucrânia • Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images
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Equipamentos militares e soldados do exército dos EUA em base temporária em Mielec, Polônia, em 12 de fevereiro de 2022 • Anadolu Agency/Getty Images