OceanGate recusou revisão de segurança do submersível Titan, diz líder da indústria
Will Kohnen, da Marine Technology Society, redigiu uma carta para CEO da empresa responsável pelo submarino elencando preocupações sobre o projeto e sugerindo certificação “padrão ouro”
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O submarino da operadora de turismo OceanGate desapareceu no último domingo (18) depois de uma expedição aos destroços do Titanic, na costa de St John’s, Newfoundland, no Canadá. Destroços da embarcação foram encontrados na quinta-feira (22). As cinco pessoas que estavam a bordo morreram (veja na sequência). • OceanGate
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Entre os mortos estava o milionário Shahzada Dawood, empresário paquistanês e curador do Instituto Seti (foto), organização de pesquisa na Califórnia. Seu filho, Sulaiman Dawood, também estava na embarcação. • Engro
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O bilionário britânico e dono da Action Avision, Hamish Harding, morador dos Emirados Árabes Unidos, também está entre os mortos no acidente. • Engro
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Outro nome que estava na embarcação era o do aventureiro e mergulhador Paul-Henri Nargeolet • Engro
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O quinto passageiro a bordo do submersível com destino aos destroços do Titanic era Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, empresa que liderou a viagem • Reprodução
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Nesta imagem, todos os falecidos, a partir da esquerda: Hamish Harding, Shahzada Dawood, Suleman Dawood, Paul-Henri Nargeolet e Stockton Rush Obtido • Reprodução/CNN
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Um submersível, como Titan, é um tipo de embarcação – mas tem algumas diferenças importantes em relação ao submarino mais conhecido. Ao contrário dos submarinos, um submersível precisa de uma embarcação para lançá-lo. O navio de apoio do Titan era o Polar Prince, antigo navio quebra-gelo da Guarda Costeira canadense, de acordo com o co-proprietário do navio, Horizon Maritime. • Arte CNN
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A expedição começou com uma jornada de 740 quilômetros até o local do naufrágio, que fica a cerca de 1448 quilômetros da costa de Cape Cod, Massachusetts, nos EUA. Mas perdeu contato com uma tripulação do Polar Prince, navio de apoio que transportou a embarcação até o local, 1 hora e 45 minutos após a descida no domingo (18). • Reprodução
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Segundo o correspondente da CNN Gabe Cohen que visitou o veículo Titan fora da água em 2018, o submersível é uma embarcação minúscula, bastante apertada e pequena, sendo necessário sentar dentro dele sem sapatos. Ele é operado por controle remoto, muito similar a um controle de PlayStation. • Reuters
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O submarino tinha como objetivo levar os três turistas aos destroços do Titanic (foto) para turismo subaquático. • Woods Hole Oceanographic Institution/Reuters
A OceanGate Expeditions, que operava o submersível que desapareceu no último domingo em expedição para ver os destroços do Titanic, se desviou das normas da indústria ao recusar uma revisão voluntária e rigorosa de segurança da embarcação conhecida como “Titan”, de acordo com um líder da indústria.
Se a OceanGate tivesse buscado uma revisão de certificação, “parte disso poderia ter sido evitada”, disse Will Kohnen, da Marine Technology Society, à CNN na quarta-feira (21).
Kohnen é presidente de um comitê do grupo e descreveu à CNN uma conversa de 2018 que teve com o fundador da OceanGate, Stockton Rush, abordando as preocupações da sociedade.
“Concordamos em discordar”, disse Kohnen.
Kohnen redigiu uma carta para Rush em nome do grupo que descrevia as preocupações.
“Você está assumindo muitos riscos e o risco que está assumindo pode afetar toda a indústria”, disse Kohnen, caracterizando suas preocupações na época.
“Temos um histórico muito bom de segurança e, se algo acontecer, será um grande impacto para apenas… nosso histórico de segurança, e todos se preocupam com isso.”
“Dissemos a ele que deveria considerar a certificação”, disse Kohnen, descrevendo a certificação como o “padrão ouro” para segurança.
Em uma postagem de blog de 2019 no site da OceanGate, a empresa disse que as agências de classificação “não garantem que os operadores sigam procedimentos operacionais e processos de tomada de decisão adequados – duas áreas que são muito mais importantes para mitigar riscos no mar”.
“A grande maioria dos acidentes marítimos [e aéreos] são resultado de erro do operador, não falha mecânica”, afirmou.
“Existem 10 submarinos no mundo que podem atingir cerca de 4.000 metros ou mais fundo”, disse Kohnen. “Todos eles são certificados, exceto o submersível Oceangate.”
Ele também disse que um farol funcionando no navio ajudaria os pesquisadores a encontrá-lo mais rapidamente “para que alguém pudesse se direcionar naquela direção”.
A OceanGate não respondeu a um pedido da CNN para comentar a carta, que foi obtida pela CNN e relatada pela primeira vez pelo New York Times.