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    “Objetivo final de Putin é destruir a Ucrânia”, afirma ministro ucraniano

    Em entrevista à CNN americana, Dmytro Kuleba, representante das Relações Exteriores do país, declarou que os países do Ocidente devem ampliar sanções contra a Rússia

    Jason Kurtzda CNN

    O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que sabe qual é o objetivo a longo prazo do presidente russo, Vladimir Putin.

    “Seu objetivo final é destruir a Ucrânia. Ele não está interessado em partes da Ucrânia. Ele não está interessado em manter o país inteiro sob seu controle”, disse Kubela em a Jake Tapper, da CNN. Putin “quer que a ideia do Estado ucraniano falhe. Este é o seu objetivo”.

    Os comentários de Kuleba vêm um dia depois que o presidente russo ordenou o envio de tropas para regiões do leste da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia e assinou decretos reconhecendo a independência das regiões apoiadas por Moscou.

    “O que eu sei com certeza, e isso foi eloquentemente provado, lamentavelmente, em seu discurso ontem, é que ele odeia [o] Estado ucraniano, e acredita que a Ucrânia não tem o direito de existir”, disse Kuleba.

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descreveu nesta terça-feira (22) as ações da Rússia na Ucrânia como “o início de uma invasão”. Biden anunciou o que chamou de “a primeira parcela de sanções” para punir Moscou, incluindo duas grandes instituições financeiras, as elites russas e seus familiares.

    Embora Kuleba apoie as sanções estabelecidas por Biden, chamando-as de uma mensagem “importante”, ele afirma que são insuficientes no momento atual. “Nenhuma sanção será suficiente até que as botas russas se retirem do solo ucraniano”, disse Kuleba à CNN.

    Sobre o tema das próximas sanções, Kuleba sugeriu que nenhuma opção ou possibilidade deve ser deixada de fora da mesa. “Queremos que todos os instrumentos disponíveis sejam usados ​​para deter Putin”, disse ele. “Se o preço de salvar um país são as sanções mais duras possíveis, então devemos instituí-las”.

    Enquanto Kuleba acredita que a movimentação de tropas russas para a região leste da Ucrânia marca outro cruzamento de fronteiras por Putin, ele observou que o conflito em curso se manifesta em várias frentes.

    “Devemos estar cientes do simples fato que esta é uma guerra híbrida. A Rússia pode atacar fisicamente, mas também no ciberespaço… Estamos em diálogo com parceiros, incluindo os EUA, sobre a identificação dessas ações que serão respondidas com sanções”, disse ele, acrescentando: “Quero deixar claro que temos que nos preparar para agir de maneira muito rápida, porque a situação pode mudar literalmente a cada hora”.

    Kuleba no programa “The Lead”, de Jake Tapper / Reprodução/CNN

    Questionado por Tapper para explicar por que os Estados Unidos – a milhares de quilômetros da Ucrânia – deveriam investir no conflito, Kuleba apontou três fatores-chave.

    “Primeiro, em 1994, a Ucrânia abandonou seu arsenal nuclear, que era o terceiro em tamanho no mundo. Nós o abandonamos em troca de garantias de segurança emitidas em particular pelos Estados Unidos. Foi-nos prometido que, se alguém nos atacasse, os EUA estariam entre os países que nos ajudariam”.

    “Segundo, o que está acontecendo na Ucrânia não é apenas sobre a Ucrânia. O presidente Putin desafia a ordem euro-atlântica. Se o Ocidente falhar aqui, o próximo alvo de Putin será um dos membros da Otan em seu flanco leste”.

    “Terceiro, se Putin tiver sucesso na Ucrânia, outros jogadores em todo o mundo que querem mudar as regras, que querem contornar os Estados Unidos, verão que isso é possível, que o Ocidente é incapaz de defender o que representa”.

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