O que você precisa saber sobre os debates presidenciais entre Biden e Trump
A CNN Brasil e a CNN americana irão transmitir simultaneamente o primeiro debate, a partir das 22 horas (horário de Brasília).


Aqui está o que você precisa saber sobre os debates presidenciais deste ano nas eleições americanas, que vão opor o atual presidente, o republicano Donald Trump, contra o seu opositor, o democrata Joe Biden, vice-presidente durante a gestão Barack Obama (2009-2016).
Quantos debates acontecerão neste ano?
Três. E mais um entre os candidatos a vice-presidente. O parceiro de chapa de Trump é o atual vice-presidente, Mike Pence. A senadora Kamala Harris concorre como candidata a vice de Joe Biden.
Que horas o debate começa?
Às 22h, no horário de Brasília.
Onde o debate pode ser assistido?
A CNN Brasil e a CNN americana irão transmitir siultaneamente o primeiro debate, a partir das 22 horas (horário de Brasília). Em parceria com a CNN Brasil, o portal UOL retransmitirá o evento.
Será possível acompanhar o debate pela CNN na TV, pelo canal 577 nas maiores operadoras de TV paga: Claro/NET, Sky, Oi e Vivo Fibra. Para outras operadoras, consulte a lista oficial com a numeração.
Também será possível ainda assistir ao vivo pelo site da CNN Brasil e em seus perfis no Facebook e no Twitter.
Onde e quando os debates vão ocorrer?
Primeiro debate – Terça-feira, 29 de setembro, na Universidade Case Western, em Cleveland, Ohio.
Debate entre candidatos a vice-presidente – Quarta-feira, 7 de outubro, na Universidade de Utah, em Salt Lake City, Utah
Segundo debate (audiência pública) – Quinta-feira, 15 de outubro, no Centro Adrienne Arsht de Artes Performáticas, em Miami.
Terceiro debate – Quinta-feira, 22 de outubro, na Universidade Belmont, em Nashville, no Tennessee.
Esses estados são importantes nesse ano?
Flórida e Ohio são estados decisivos neste ano e em todos os anos de eleição recentes. Utah e Tennessee estão firmes na base do presidente Donald Trump, de acordo com a avaliação da CNN.
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Quem vai moderar esses debates?
Primeiro debate – Chris Wallace, da Fox News.
Debate entre candidatos a vice-presidente – Susan Page, do USA Today.
Segundo debate (audiência pública) – Steve Scully, da C-SPAN.
Terceiro debate – Kristen Welker, da NBC News.
Formato dos debates
As informações são do site da Comissão de Debates Presidenciais.
Primeiro debate – Seis blocos de cerca de 15 minutos cada
“O moderador irá abrir cada bloco com uma pergunta, depois da qual cada candidato terá dois minutos para responder. Candidatos, então, terão a oportunidade de responder um ao outro. O moderador usará o controle de tempo do segmento para uma discussão aprofundada do assunto.”
Debate entre candidatos a vice – Nove blocos de cerca de 10 minutos cada
“O moderador irá abrir cada bloco com uma pergunta, depois da qual cada candidato terá dois minutos para responder. O moderador usará o controle de tempo do segmento para uma discussão aprofundada do assunto.”
Segundo debate – Audiência pública com perguntas elaboradas pro uma plateia de cidadãos do sul da Flórida
“Os candidatos terão dois minutos para responder a cada pergunta e haverá um minuto extra para o moderador permitir uma discussão mais aprofundada. Os participantes da audiência pública serão eleitores não comprometidos e selecionadas sob a supervisão de Frank Newport, cientista sênior da Gallup.”
Terceiro debate – Seis blocos de cerca de 15 minutos cada
“O moderador irá abrir cada bloco com uma pergunta, depois da qual cada candidato terá dois minutos para responder. Candidatos, então, terão a oportunidade de responder um ao outro. O moderador usará o controle de tempo do segmento para uma discussão aprofundada do assunto.”
Temas a serem discutidos
O primeiro mediador, Chris Wallace da Fox News, divulgou uma lista de seis temas de discussão.
Eles são:
1. Os históricos de Trump e Biden
2. A Suprema Corte
3. A Covid-19
4. A economia
5. Raça e violência nas cidades americanas
6. A integridade da eleição
É claro, ele disse que esses tópicos podem mudar diante dos desenvolvimentos do noticiário e não acontecerão necessariamente nessa ordem.
Nós saberemos mais sobre os outros debates conforme eles se aproximarem.
Os debates e as eleições
Há pontos por ir bem?
Uma nota de graça ou uma atitude bem recebida podem ser bastante eficazes.
Sarah Palin (candidata a vice-presidente em 2008 pelo Partido Republicano) atravessou o palco para apertar a mão de Joe Biden e perguntou se poderia chamá-lo de Joe.
Lloyd Bentsen (candidato a vice em 1988 pelos democratas) disse a Dan Quayle (adversário republicano) que ele não era nem Jack Kennedy depois de Quayle tentar comparar si mesmo ao ex-presidente John Kennedy.
Mas foi Ronald Reagan, que havia sido ator, quem deu uma aula magistral.
“Lá vai você de novo”, ele repreendeu Jimmy Carter, mexendo a cabeça depois de o adversário acusá-lo de querer cortar o atendimento de saúde.
E na hora de encerrar a sua participação, ele fez a pergunta-chave das campanhas presidenciais quando questionou os eleitores: “Você está melhor do que há quatro anos atrás?”.
Foi o único debate entre os dois e foi uma semana antes do dia da eleição.
Os candidatos são obrigados a debater?
Não. E houve um movimento em parte dos democratas, como a presidente da Câmara Nancy Pelosi, para incentivar Biden e a faltar aos debates e tirar de Trump a oportunidade de distorcer fatos em um holofote nacional.
Biden rejeitou a ideia e prometeu ser um “checador de fatos no palco”.
Em sentido oposto, a campanha de Trump em determinado momento não participar por causa de uma possível parcialidade por parte dos moderadores. Mas eles estavam blefando.
Sempre houveram debates?
Não. O grande início dos debates aconteceu em 1858, entre Abraham Lincoln e Stephen Douglas, quando ambos estavam disputando uma vaga no Senado (Douglas venceu). Eles se enfrentaram novamente na disputa presidencial de 1860 (Lincoln foi eleito).
Aqueles debates são difíceis de imaginar na mídia de hoje. Cada candidato tinha uma hora para um discurso de abertura. Então, cada um tinha meia hora para refutar o adversário.
Os primeiros debates televisionados aconteceram em 1960 e Richard Nixon foi mal naquele formato, o que provavelmente ajudou a não acontecerem debates nas eleições de 1964, 1968 e 1972.
Negociações intensas e de última hora percederam os debates em 1976, 1980 e 1984, segundo a Comissão de Debates Presidenciais.
Quem organiza esses debates?
A Comissão de Debates Presidenciais organizou todos os debates das eleições gerais desde o pleito de 1988. Os debates das primárias partidárias são um assunto a parte e em geral são organizados pelos veículos de comunicação em parceria com os partidos políticos.
A comissão é dirigida por um conselho bipartidário e comandada por um conjunto de codiretores.
O diretor, Frank Fahrenkopf, é cofundador da comissão e foi presidente do Comitê Nacional Republicano nos anos 1980. Dorothy Ridings é ex-presidente da Liga das Mulheres Eleitores e diretora de organizações filantrópicas. Kenneth Wollack é ex-presidente do Instituto Nacional Democrata.
Como vai ser o cenário?
Provavelmente muito como sempre é. Os debates costumam usar os mesmos planos de fundo desde 1988. Estou morrendo de vontade de ver se eles vão mudar neste ano.
As pessoas assistem isso?
Sim. Bastante. A Nielsen, que mede a audiência de TV, registrou que 84 milhões de pessoas assistiram, em 27 de setembro de 2016, o debate entre Hillary Clinton e Donald Trump.
Mas aquele número refletiu apenas uma das 13 redes de televisão que transmitiram o encontro. Muitos mais viram o debate online ou assistiram em grupo (uma opção menos disponível neste ano durante a pandemia do coronavírus).
O debate Clinton x Trump se tornou um novo recorde, superando os 80 milhões que assistiram o debate em 1980 entre Ronald Reagan e Jimmy Carter. Também foi muito mais do que os debates de 2012, entre Barack Obama e o republicano Mitt Romney.
Americanos que não assistem ao vivo ainda assim ouvem sobre o debate na cobertura da imprensa e em suas linhas do tempo nas redes sociais após o fato.
Os debates afetam o resultado da eleição?
Não há nenhuma evidência de que debates levem a grandes mudanças na opinião pública. Mas eleições presidenciais são decididas por margens relativamente estreitas.
É possível a um candidato sobreviver a uma performance ruim em um debate, como quando Barack Obama se deu mal (sério, ele foi realmente mal) no debate contra Mitt Romney em 2012.
Por outro lado, uma performance ruim em um debate pode ser responsabilizada por uma derrota por uma margem curta.
Al Gore, ex-vice-presidente e candidato democrata em 2000, era desagradável e dramático demais no palco dos debates. Ainda assim, ele venceu George Bush no voto popular, perdendo a Presidência no Colégio Eleitoral.
Richard Nixon era instável e suava nos debates de 1960, então isso foi incluído no fato de que ele perdeu. Mas ele perdeu por uma margem historicamente pequena.
Donald Trump estava estranhamente atrás de Hillary Clinton em 2016, mas isso não custou a eleição a ele.
Para complicar ainda mais as coisas nesse ano, há uma larga parte da população que está votando de forma antecipada — seja pessoalmente ou pelo correio — e terá votado antes do fim da sessão de debates.
O que será lembrado desses debates?
As gafes são frequentemente o que acaba ficando preso na consciência do público. Gerald Ford negando que houvesse dominação da União Soviética na Polônica nas eleições de 1976 fez com que ele parecesse completamente sem noção.
George H.W. Bush olhando o horário em seu relógio durante uma audiência pública fez com que parecesse que ele estava querendo ir embora logo dali.
A recriação que o humorístico Saturday Night Live faça de qualquer coisa que aconteça pode eclipsar o debate em si, envolvendo Sarah Palin e a atriz Tina Fey em 2018, na questão de se era possível ou não ver a Rússia a partir do Alaska.
(Texto traduzido. Clique aqui e leia o original em inglês).