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    Número de mortes por “seita do jejum” chega a 103 no Quênia

    Polícia do país anunciou a detenção do pastor Ezekiel Odero, que teria ligação com as mortes; várias pessoas foram resgatadas nesta quinta-feira no Centro de Oração e Igreja Nova Vida

    Detetives conduzem o pastor Ezekiel Ombok Odero, investigado por envolvimento na morte de seus seguidores, em Mombasa, Quênia
    Detetives conduzem o pastor Ezekiel Ombok Odero, investigado por envolvimento na morte de seus seguidores, em Mombasa, Quênia REUTERS/Stringer

    Duncan Miriri George Obulutsada Reuters

    Malindi, Quênia

    Um televangelista queniano foi preso nesta quinta-feira (27) após relatos do “assassinato em massa de seus seguidores”, disse o ministro do Interior, enquanto autoridades investigam dezenas de outras mortes ligadas a um culto religioso da mesma região.

    À medida que as notícias da detenção do pastor Ezekiel Odero se espalhavam, as autoridades disseram que o número de mortos chegou a 103 na investigação paralela do culto que chocou o país. Não está claro se os dois casos estão ligados.

    Odero, vestido com túnica branca e carregando um grosso livro preto, não respondeu às perguntas dos repórteres ao ser escoltado até uma delegacia por um policial uniformizado. A reportagem não conseguiu contato com nenhum advogado que o represente.

    As autoridades retiraram mais várias pessoas que estavam “entocadas” no Centro de Oração e Igreja Nova Vida, de Ezekiel Odero, na pequena cidade de Mavueni, no sudeste do Quênia, disse o ministro Kithure Kindiki no Twitter.

    Odero estava “sendo processado por acusações criminais relacionadas ao assassinato em massa de seus seguidores”, acrescentou Kindiki, sem entrar em detalhes sobre quantas pessoas morreram. Ele não fez comentários sobre se os casos estavam ligados.

    A prisão de Odero está ligada a “alegações de mortes que ocorreram em suas instalações e relatadas em vários necrotérios ou instituições”, disse a repórteres a autoridade regional Rhoda Onyancha.

    Mavueni fica a cerca de 66 km da floresta de Shakahola, onde outro pastor, Paul Mackenzie, é acusado de ter ordenado que seus seguidores morressem de fome antes de o que ele previu que seria o fim do mundo em 15 de abril.

    Mackenzie está sob custódia da polícia desde 14 de abril e não fez nenhum comentário público sobre as acusações.

    Desde sexta-feira, os investigadores desenterraram corpos de 95 membros de sua autoproclamada Igreja Internacional da Boa Nova de covas rasas na floresta, e outros oito foram encontrados vivos, mas depois morreram.

    O número de mortos, já um dos piores na história recente de tragédias relacionadas a cultos, deve aumentar ainda mais, já que a Cruz Vermelha do Quênia diz que mais de 300 pessoas estão desaparecidas.

    A reportagem conversou com dois advogados que atuam em nome de Mackenzie, mas ambos se recusaram a comentar as acusações contra ele, dizendo que não tiveram tempo suficiente com seu cliente desde a descoberta das valas comuns para receber instruções adequadas dele.

    (Reportagem adicional de Humphrey Malalo)