Nove pessoas morrem após protestos no Senegal
População foi às ruas para se colocar contra a prisão do líder da oposição Ousmane Sonko, um dos favoritos na corrida presidencial que acontece no ano que vem
Nove pessoas morreram em confrontos com a polícia no Senegal, na quinta-feira (1o) durante manifestações contra a sentença de prisão para o líder da oposição Ousmane Sonko.
O aspirante a presidente foi condenado a dois anos de prisão por corrupção de jovem, um veredicto que lança dúvidas sobre suas chances de concorrer à Presidência no ano que vem e que a oposição diz ter motivação política.
A Universidade Cheikh Anta Diop, na capital Dacar, tornou-se o epicentro da violência, com manifestantes incendiando ônibus e atirando pedras contra a tropa de choque, que respondeu com gás lacrimogêneo.
Nesta sexta-feira (2), as forças de segurança patrulhavam as ruas tranquilas de Dacar, repletas de pneus queimados, pedras e vidros quebrados, além de residências e estabelecimentos danificados. Grandes grupos de estudantes foram levados de ônibus para fora do campus da universidade com seus pertences.
A rebelião de quinta-feira foi a mais recente em meses de protestos violentos no Senegal, há muito considerado uma das democracias mais fortes da África Ocidental, desencadeada pelo processo judicial de Sonko, mas também por preocupações de que o presidente Macky Sall tente contornar o limite de dois mandatos e concorrer novamente nas eleições de fevereiro. Sall não confirmou nem negou isso.
Mais agitação é esperada para sexta-feira. O partido PASTEF, de Sonko, pediu em um comunicado aos cidadãos que “parem todas as atividades e saiam às ruas”.
Sonko, de 48 anos, foi acusado de estuprar uma mulher que trabalhava em uma casa de massagens em 2021, quando ela tinha 20 anos, e de fazer ameaças de morte contra ela.
Um tribunal criminal inocentou Sonko de estupro, mas o considerou culpado de um delito separado descrito no código penal como comportamento imoral em relação a indivíduos com menos de 21 anos. Ele nega as irregularidades.
(Publicado por Fábio Mendes)