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    “Nosso coração está sangrando”, relata irmã de brasileiro refém do Hamas à CNN

    Mary Shohat – irmã de Michel Nisenbaum, brasileiro de 59 anos sequestrado pelo Hamas – relatou como a família tem enfrentado as últimas semanas

    Léo LopesMichel GawendoGustavo Uribeda CNN

    em São Paulo, Tel Aviv e Brasília

    “[Têm sido] dias bastantes feios. A gente tem a sensação de que o peito está para explodir. O nosso coração está sangrando.”

    Mary Shohat é irmã de Michel Nisenbaum, o brasileiro de cidadania israelense de 59 anos mantido refém pelo Hamas em Gaza.

    Em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (30), ela relatou como a família tem enfrentado as últimas semanas desde o desaparecimento de Michel, durante os ataques do Hamas em 7 de outubro.

    “É muito difícil para a gente fazer qualquer coisa – sentar para trabalhar ou tudo que a gente fazia antes. Desde que o Michel desapareceu é muito difícil para toda nossa família. Ele é muito importante para nós”, disse Mary.

    Michel nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, tem 59 anos, mas vive em Israel desde os 12. Ele trabalha como técnico de computação e vive em Sderot, a cerca de 1 km da Faixa de Gaza. Michel tem duas filhas e cinco netos. Ele sofre de diabetes e doença de Chron, por isso precisa tomar medicamentos regularmente.

    A irmã relatou que, na manhã de 7 de outubro, Michel estava indo buscar sua neta que estava com o pai em uma base militar de Re’im.

    “Aqui em Israel é muito comum, quando o soldado fica na base militar pelo final de semana, que a família possa visitá-lo. Então a filha dele estava com o pai e, quando começou esse problema, pediram para o Michel buscar a menina de 4 anos e meio levar ela para a casa dela em Ashkelon”, contou Mary.

    No meio do caminho, homens do Hamas sequestraram o brasileiro. A irmã conta que toda informação que tem até o momento foi fornecida pelo governo de Israel.

    O carro de Michel foi encontrado inteiro queimado, e só pôde ser identificado pelo número do chassi. Os militares israelenses também encontraram o celular do brasileiro, mas ainda não foi possível averiguar se há alguma gravação do momento do ataque.

    “Os netos sentem muito a falta dele. A nossa mãe [de 86 anos] está muito mal com tudo isso. A gente vive um dia após o outro tentando ter muita esperança de que ele volte para casa”, contou Mary.

    Ela relatou que um dos netos do brasileiro, de 7 anos, pergunta todos os dias onde está o avô e quando ele vai voltar.

    “Cada vez que batem na porta ou abrem a porta, ele sai gritando ‘o avô chegou!’. A mãe dele explicou que o avô nesse momento está em um lugar que não é muito seguro, que não pode falar pelo telefone agora, e que tem muita gente boa procurando ele para trazer de volta para casa”, disse.

    “As crianças estão acostumadas que o Michel vá a casa deles uma vez por semana para brincar, contar histórias, cantar com eles, comer com eles a janta. Faz muita falta”, concluiu.

    Brasil pede ajuda do Catar para libertação de Michel

    A analista da CNN Basília Rodrigues apurou que o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu ajuda do chanceler do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, para o resgate de Michel.

    Os dois estiveram juntos, na quarta-feira (29), na reunião do Conselho de Segurança da ONU, nos Estados Unidos.

    Al-Thani, que também é primeiro-ministro do Catar, afirmou ao ministro brasileiro que fará todos esforços para colaborar com o Brasil, de acordo com o Itamaraty.

    A CNN apurou que o Brasil foi comunicado há algum tempo por Israel que Nisenbaum está em posse do Hamas. A família dele, no entanto, pediu reserva.

    Por isso, somente nesta quinta-feira (30), a informação veio a público, depois do encontro da irmã de Nisenbaum com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer.