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    No Afeganistão, analista da CNN relata falta de dinheiro e de alimentos em Cabul

    Apesar da escassez de dinheiro e alimentos, comerciantes locais estão otimistas com as mudanças no poder

    Da CNN Brasil , em Cabul

    O enviado especial da CNN ao Afeganistão, Lourival Sant’Anna, está em Cabul. Após uma viagem de cinco horas da divisa do Paquistão até à capital afegã, a imagem, segundo ele, é de uma cidade com escassez de dinheiro e alimentos, mas com comerciantes otimistas com as mudanças.

    “Os comerciantes estão dizendo que estão felizes porque antes tinham que pagar propinas pesadas ao longo de todas as estradas, e agora o Talibã não cobra propina, apenas o imposto de exportação e fica por isso mesmo. Nesse sentido melhorou, mas falta dinheiro, faltam produtos, e a situação está longe da normalidade.”

    As relações entre Afeganistão e Paquistão são boas e, consequentemente, intensificou-se o comércio. O Paquistão é o “cordão umbilical” dos afegãos com o mundo, já que é por lá que recebem e enviam produtos de outros países, informou o jornalista.

    Novas regras para o comércio foram aplicadas pelo Talibã, e há um controle maiore em relação à entrada de bebidas alcoólicas e de tudo o que eles consideram uma ameaça ao regime.

    Em relação aos bancos, filas em frente às agências demonstram a falta de moeda. Os afegãos só podem retirar o equivalente a US$ 200 por semana. O Banco Central possui sete chaves que ficam com sete funcionários diferentes e três deles desapareceram, provavelmente, deixaram o país, por conta disso, o cofre não pode ser aberto, relatou o analista.

    Outra questão é a divisão entre homens e mulheres nos ambientes de trabalho e estudo. As empresas maiores, que empregam mulheres, não podem funcionar porque o Talibã está reorganizando os espaços dos escritórios para separar homens e mulheres. Além disso, crianças do ensino fundamental também são separadas em salas de meninas e meninos.

    De acordo com o analista da CNN, a presença das mulheres nas ruas de Cabul é infrequente. As mulheres aparecem de maneira fugidia, vestindo burcas, um pouco assustadas e caminhando rapidamente, relatou ele. A situação é diferente nas áreas rurais, onde já está demarcado onde elas podem ir. Com isso, elas conseguem ir às feiras, por exemplo, e levar alimentos para casa.

    Em Cabul, a distinção entre os grupos Talibã, Estado Islâmico-K e as redes Haqqani ou da Al-Qaeda é impossível de ser feita. Todos andam armados e não existe nenhum tipo de credencial ou uniforme. “Eles todos se parecem, e todos estão armados. As pessoas comuns aqui identificam o Talibã pelo rifle AK 47”, explica Lourival. Para realizar qualquer entrevista ou captar imagens, é necessário verificar se é Talibã e pedir permissão.

     

     

    Com relação às manifestações, também é exigido permissão e, no momento, estão proibidas. Jornalistas que fizeram as coberturas de movimentos contrários ao regime foram espancados e mulheres que participavam de atos foram chicoteadas.

    “A verdade é que os talibãs não sabem como agir. Para eles, é uma situação nova, não existe uma regra de engajamento, um protocolo, não há muita disciplina também. Quando eles viram mulheres protestando contra eles, eles agiram de forma extintiva, espancaram as mulheres e os jornalistas que estavam cobrindo.”

    Especial

    CNN Brasil apresentou uma programação especial neste sábado, 11/09, em transmissão simultânea com a CNN americana e com correspondentes espalhados pelos Estados Unidos, em homenagem às vítimas do atentado que completa 20 anos. Confira:

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