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    Netanyahu diz que inteligência de Israel não o alertou sobre planos de ataque do Hamas

    Primeiro-ministro publicou os comentários em uma rede social e depois apagou; fala criou alvoroço político e uma cisão dentro de seu gabinete de guerra

    Ari Rabinovitchda Reuters

    O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falou sobre seus chefes de inteligência neste domingo (29) e disse que eles nunca o alertaram que o Hamas estava planejando seu ataque em larga escala.

    Os comentários causaram um alvoroço político e uma cisão dentro de seu gabinete de guerra. Netanyahu acabou apagando os comentários postados no X (antigo Twitter) na madrugada deste domingo e pediu desculpas.

    Antes, ele já havia recebido críticas por não assumir a responsabilidade pelas falhas operacionais e de inteligência em torno da ofensiva do Hamas no sul de Israel.

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    Embora os altos funcionários, desde os chefes das Forças Armadas e do serviço de espionagem nacional Shin Bet até ao seu ministro das Finanças, tenham reconhecido suas falhas, o primeiro-ministro não fez isso.

    Ele apenas disse que haveria tempo para fazer perguntas difíceis, inclusive sobre si mesmo, depois da guerra.

    O porta-voz dos militares de Israel, quando questionado sobre os comentários de Netanyahu durante um briefing diário com repórteres, recusou-se a responder sobre o assunto, dizendo apenas: “Estamos agora em guerra, focados na guerra”.

    A postagem de Netanyahu dizia: “Em nenhum momento e nenhum estágio foi dado um aviso ao primeiro-ministro Netanyahu sobre as intenções de guerra do Hamas”.

    “Pelo contrário, todos os oficiais de segurança, incluindo o chefe da inteligência do Exército e o chefe do Shin Bet, estimaram que o Hamas foi dissuadido e estava interessado em um acordo”, adicionou.

    Em uma segunda publicação no X, cerca de 10 horas depois, Netanyahu escreveu: “Eu estava errado”, acrescentando que as suas observações “não deveriam ter sido feitas e peço desculpa por isso”.

    “Dou total apoio a todos os chefes dos ramos de segurança”, observou.

    As observações foram rapidamente repreendidas por aliados atuais e anteriores, incluindo Benny Gantz, ex-ministro da Defesa que agora faz parte do gabinete de guerra de do primeiro-ministro.

    Gantz disse no X que Netanyahu deveria retirar o que disse e deixar o assunto de lado.

    “Quando estamos em guerra, a liderança deve mostrar responsabilidade, decidir fazer as coisas certas e reforçar as forças de uma forma que possam cumprir o que lhes exigimos”, ponderou Gantz.

    O ataque surpresa do Hamas foi o dia mais mortal dos 75 anos de história de Israel. Desde então, o país bombardeou a Faixa de Gaza com ataques aéreos devastadores e iniciou operações terrestres com o objetivo de desmobilizar o grupo islâmico apoiado pelo Irã e resgatar dezenas de prisioneiros.

    “Vi o Twitter dele durante a noite, o que aponta apenas para uma coisa: ele não está interessado em segurança, não está interessado em reféns, apenas em política”, disse o legislador da oposição Avigdor Lieberman, que já foi ministro da Defesa de Netanyahu, em entrevista a uma rádio.

    Yossi Cohen, que chefiou a agência de espionagem Mossad sob governos anteriores de Netanyahu, afirmou à Rádio Israel: “Você assume a responsabilidade desde o início do seu trabalho, não a partir do meio”.

    “Quando assumi a responsabilidade pelo Mossad, por exemplo, tudo o que aconteceu, de ponta a ponta, foi minha responsabilidade”, colocou.

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