Netanyahu diz que Israel continuará com operação em Rafah para pressionar Hamas
Gabinete de guerra concordou com medida para tentar forçar liberação de reféns
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Palestinos deslocados de Rafah, no sul de Gaza Faixa • 06/05/2024REUTERS/Ramadan Abed
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Centenas de palestinos, incluindo mulheres e crianças que vivem na parte leste de Rafah, migram para a parte oeste de Khan Yunis com seus poucos pertences carregados em veículos após o anúncio de Israel sobre a evacuação de bairros • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images 6 de maio de 2024
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Pessoas fogem das áreas orientais de Rafah antes de ameaça de ataque israelense à cidade do sul de Gaza • 06/05/2024REUTERS/Doaa al Baz
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Centenas de palestinos, incluindo mulheres e crianças que vivem na parte leste de Rafah, migram para a parte oeste de Khan Yunis com seus poucos pertences carregados em veículos após o anúncio de Israel sobre a evacuação de bairros • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images 6 de maio de 2024
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Pessoas deixam parte leste de Rafah após as Forças Armadas israelenses orientar a saída de civis antes de um possível ataque • 06/05/2024 REUTERS/Hatem Khaled
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Palestinos deixam parte de Rafah • 6/5/2024 REUTERS/Hatem Khaled
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Pessoas pegam sacos de farinha de um caminhão em Rafah • 6/5/2024 REUTERS/Hatem Khaled
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Palestinos deixam partes da cidade de Rafah • 6/5/2024 REUTERS/Hatem Khaled
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Palestinos comemoram após Hamas aceitar proposta de cessar-fogo elaborado pelo Egito • REUTERS
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (6) que o gabinete de guerra do país decidiu continuar com a operação militar na cidade de Rafah, onde mais de um milhão de palestinos estão refugiados.
“O gabinete de guerra decidiu por unanimidade que Israel continue a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas, a fim de avançar na libertação dos nossos reféns e nos outros objetivos da guerra”, pontuou o gabinete de Netanyahu em comunicado.
Enquanto isso, os militares israelenses afirmaram que estão conduzindo ataques direcionados contra o grupo armado no leste de Rafah. Mais cedo, o Exército de Israel alertou para que civis saiam da cidade.
O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Türk, classificou como desumana a exigência de Israel para que os palestinos saiam de Rafah, no sul de Gaza.
Türk criticou Israel por “realocar à força” centenas de milhares de pessoas para áreas já fortemente destruídas e onde há pouco abrigo e praticamente nenhum acesso à assistência humanitária necessária para a sua sobrevivência. Ele acrescentou que não há lugar seguro fora de Rafah.
O rei da Jordânia, Abdullah II, por sua vez, afirmou que um ataque israelense em Rafah pode levar a um “novo massacre”.
Hamas aceita proposta de cessar-fogo
O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, ligou para mediadores para informar que o grupo armado aceitou uma proposta para um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns feita pelo Catar e pelo Egito.
Uma fonte afirmou à CNN que o acordo que o grupo armado aceitou é diferente daquele que Israel ajudou a construir com os mediadores de Catar e Egito.
Israel ainda não aceitou a medida, mas Netanyahu afirmou que enviará uma delegação para negociações.
“Paralelamente, embora a proposta do Hamas esteja longe das exigências necessárias de Israel, Israel enviará uma delegação de trabalho aos mediadores, a fim de chegar a um acordo em condições aceitáveis para Israel”, afirmou.
Uma fonte diplomática familiarizada com as discussões disse à CNN que, depois de uma reunião em Doha, capital do Catar, entre o diretor da CIA, a agência de inteligência dos EUA, William Burns, e o primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, os mediadores convenceram o Hamas a aceitar um acordo de três fases.
Os Estados Unidos ressaltaram que estão analisando a resposta do Hamas, enquanto o presidente da Turquia pediu que Israel aceite o acordo.
Relatos de ataques em Rafah
Algumas famílias palestinas começaram a sair de Rafah após receberem mensagens de texto em árabe, telefonemas e panfletos indicando para irem onde os militares israelenses chamaram de “zona humanitária expandida”, a 20 km de distância.
Algumas empilharam crianças e pertences em carroças de burro, enquanto outras partiram de caminhonete ou a pé por ruas lamacentas.
Houve relatos de ataques aéreos mais cedo nesta segunda.
“Está chovendo muito e não sabemos para onde ir. Tenho me preocupado com a possibilidade de que esse dia chegasse, agora tenho que ver para onde posso levar minha família”, disse um refugiado, Abu Raed, à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.
Uma autoridade sênior do Hamas afirmou que a ordem de retirada era uma “escalada perigosa” que teria consequências.