Netanyahu diz que demandas do Hamas para novo acordo são “delirantes”
Falando a jornalistas, Netanyahu insistiu que não havia alternativa senão a “vitória completa” sobre o Hamas em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou as propostas do Hamas para um cessar-fogo e um acordo de reféns em Gaza, considerando-as “delirantes”, em um revés aos esforços diplomáticos para interromper a guerra.
Falando a jornalistas, Netanyahu insistiu que não havia alternativa senão a “vitória completa” sobre o Hamas em Gaza.
A resposta agressiva de Netanyahu ocorreu horas depois de uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e é um golpe para a intensificação dos esforços destinados a garantir um avanço no conflito.
Mas o líder israelense não sugeriu, nomeadamente, que Israel abandonaria as discussões em curso mediadas por potências regionais, incluindo o Catar e o Egito, e Blinken disse mais tarde que ainda havia um caminho para um acordo.
A proposta do Hamas previa um processo de três etapas ao longo de quatro meses e meio, durante o qual as tropas de Israel se retirariam gradualmente de Gaza.
Os reféns seriam libertados e os prisioneiros palestinos em Israel seriam soltos, de acordo com uma cópia da contraproposta do grupo obtida pela CNN.
Mas Netanyahu repudiou a proposta. “Não nos comprometemos com nenhuma das exigências delirantes do Hamas”, disse ele.
“Não existe um compromisso – tem de haver uma negociação, é um processo e, neste momento, pelo que vejo do Hamas, isso não está acontecendo.”
O objetivo de Israel é a “vitória completa” em Gaza, disse Netanyahu. “A vitória é alcançável; não é uma questão de anos ou décadas, é uma questão de meses.”
Numa coletiva de imprensa no final da noite em Tel Aviv, Blinken sugeriu que as negociações ainda poderiam avançar, dizendo acreditar que a observação “delirante” de Netanyahu se referia a elementos específicos das propostas do Hamas que eram inaceitáveis.
“Claramente, há coisas que o Hamas enviou de volta que são absolutamente inaceitáveis e presumo que é a isso que o primeiro-ministro se referia, mas não quero falar por ele”, disse Blinken.
Ele acrescentou que há “espaço para continuar a buscar um acordo, e essas coisas são sempre negociações”.
“Não é apertar um interruptor de luz. Não é sim ou não. Invariavelmente há idas e vindas”, disse Blinken.
O Hamas disse que enviaria uma delegação à capital egípcia, Cairo, nesta quinta (8), para dar seguimento às suas propostas, segundo o porta-voz do grupo, Osama Hamdan.