Netanyahu diz que Autoridade Palestina não governará Gaza enquanto ele for primeiro-ministro
Órgão foi criado nos Acordos de Oslo de 1993, um pacto de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (6) que a Autoridade Palestina não governará a Faixa de Gaza enquanto ele for premiê, ressaltando a diferença do entendimento entre os governos de Israel e dos Estados Unidos sobre a governança do território após a guerra com o Hamas.
“Enquanto eu for primeiro-ministro, isso não acontecerá. Quem educa os seus filhos para o terror, financia o terror e apoia famílias de terroristas, não poderá controlar Gaza depois de erradicarmos o Hamas”, escreveu Netanyahu no X.
O comentário acontece depois de a Sky News Arabia ter relatado também nesta quarta que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, expressou a disponibilidade do órgão para assumir o poder em Gaza e na Cisjordânia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou no mês passado que a Autoridade Palestina deveria governar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia após a guerra.
“Enquanto lutamos pela paz, Gaza e a Cisjordânia devem ser reunidas sob uma única estrutura de governo, em última análise, sob uma Autoridade Palestina revitalizada, enquanto todos trabalhamos para uma solução de dois Estados”, destacou Biden em um artigo de opinião publicado no Washington Post.
No entanto, Netanyahu rejeitou repetidamente a ideia de um governo liderado pela Autoridade Palestina em Gaza após a guerra. “Penso que a Autoridade Palestina, na sua forma atual, não é competente para assumir a responsabilidade sobre Gaza”, pontuou o primeiro-ministro em coletiva de imprensa em 18 de novembro.
O que é a Autoridade Palestina
A Autoridade Palestina é um órgão governamental com autonomia limitada na Cisjordânia. Foi estabelecido nos Acordos de Oslo de 1993, um pacto de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que fez com que a que viu a OLP desistisse da resistência armada contra Israel em troca de promessas de um Estado palestino independente.
O órgão reconheceu Israel e se envolveu em múltiplas iniciativas de paz fracassadas com o país.
O Hamas controla a Faixa de Gaza e apresenta-se como uma alternativa à Autoridade Palestina.