Netanyahu atacou Irã para atrair EUA ao conflito, afirma especialista à CNN
Professor Leonardo Trevisan analisa escalada de tensão no Oriente Médio após ataque israelense em Teerã e resposta iraniana, destacando estratégia de Netanyahu
A recente escalada de tensões no Oriente Médio, marcada pelo ataque israelense em Teerã e a subsequente promessa de retaliação do Irã, revela uma estratégia complexa por parte do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segundo o professor de relações internacionais da ESPM Leonardo Trevisan.
Em análise ao Bastidores CNN, Trevisan argumenta que o objetivo principal do ataque israelense não era simplesmente eliminar um alvo específico, mas sim “trazer os Estados Unidos para o conflito”. O especialista baseia sua afirmação em um artigo do jornalista Thomas Friedman, publicado no “New York Times”, que sugere que Netanyahu buscava atrair o apoio militar americano para a região.
Envolvimento dos EUA e suas implicações
A estratégia parece ter surtido efeito, com os Estados Unidos enviando caças F-22 e redirecionando cruzadores para proteger Israel. Trevisan destaca que esta movimentação militar americana pode atrasar os esforços diplomáticos para uma solução de dois Estados, algo que Netanyahu aparentemente deseja evitar.
O professor ressalta a existência de “duas Israel”: uma representada por Netanyahu e outra mais moderada, descrita como um “estado de startup moderno, que quer viver em paz”. Esta dualidade complica ainda mais o cenário político e diplomático na região.
Reação iraniana e influência chinesa
Quanto à resposta do Irã, Trevisan interpreta a declaração de que a retaliação será “inteligente e no devido tempo” como um indício de possível mediação chinesa. O especialista especula que o embaixador chinês provavelmente foi recebido pelo Aiatolá, dado o interesse da China em evitar uma escalada do conflito que poderia impactar negativamente a economia global, especialmente os preços do petróleo.
A análise de Trevisan oferece uma perspectiva sobre os complexos jogos de poder e estratégias geopolíticas em curso no Oriente Médio, destacando como ações militares localizadas podem ter ramificações globais significativas, envolvendo potências como Estados Unidos e China em um delicado equilíbrio de interesses e alianças.