Neta de Joe Biden testemunha em julgamento de filho do presidente dos EUA
Júri foi dispensado até segunda-feira (10), quando a defesa anunciará se Hunter Biden irá testemunhar no caso
A filha de Hunter Biden testemunhou em defesa de seu pai nesta sexta-feira (7). Naomi Biden disse que seu pai, filho do presidente americano Joe Biden, parecia responder bem ao tratamento antidrogas semanas antes de comprar uma arma que os promotores dizem que ele obteve ilegalmente, ao não revelar seu vício.
Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, se declarou inocente em um tribunal federal de acusações criminais que incluem mentir sobre seu vício quando solicitou o revólver Colt Cobra em 2018 e possuir ilegalmente a arma por 11 dias.
A neta de Joe Biden de 30 anos, Naomi Biden, disse ao júri no julgamento criminal que viu seu pai na Califórnia e que “ele parecia realmente ótimo”.
No interrogatório, foram mostradas mensagens a Naomi Biden em que ela estava entrando em contato com o pai e não conseguiu obteve retorno.
“Não aguento isso”, escrevia em uma das mensagens para o pai vários dias depois que ele comprou a arma. “Estou com muita saudade de você e só quero passar tempo juntos.”
Os promotores apresentaram depoimentos anteriores e evidências que, segundo eles, mostravam que Hunter Biden estava planejando comprar crack na época.
Naomi Biden foi a última testemunha no julgamento, nesta sexta-feira (7).
O júri foi dispensado até segunda-feira (10), quando a defesa anunciará se Hunter Biden, de 54, irá testemunhar.
Testemunhar pode ser arriscado para os réus criminais porque os expõe a interrogatórios.
O júri do primeiro julgamento criminal de cinco dias do filho de um presidente dos EUA ouviu testemunhas, incluindo a ex-mulher, ex-namorada e cunhada de Hunter Biden, sobre o uso de crack.
Sua cunhada, Hallie Biden, contou na quinta-feira (6) que encontrou a arma e a jogou fora por preocupação com a segurança de Hunter Biden e de seus filhos.
Os promotores disseram que havia evidências contundentes de que Hunter Biden estava usando crack ativamente nas semanas anteriores e depois de comprar a arma.
A acusação também afirmou que o filho do presidente americano mentiu ao responder “não” em um documento de triagem do governo quando questionado se era usuário de drogas.
O advogado de defesa Abbe Lowell disse que Biden não pretendia enganar porque não se considerava um viciado quando comprou a arma.
Hunter Biden disse ao juiz em uma audiência de 2023 que estava sóbrio desde 2019.
Na manhã desta sexta-feira (7), os promotores encerraram o caso e a equipe de Hunter Biden pediu ao juiz que supervisionava o caso que o absolvesse. Seus advogados disseram que as evidências não apoiavam uma condenação.
A juíza distrital dos EUA, Maryellen Noreika, não se pronunciou imediatamente sobre o pedido, que é rotineiramente apresentado pelos réus e muitas vezes negado.
Além de Naomi Biden, o advogado de defesa convocou como testemunhas um funcionário e o dono da loja de armas para tentar tirar dúvidas sobre a veracidade do formulário de verificação de antecedentes que está no centro do caso.
O julgamento segue outra inovação histórica – a condenação criminal de Donald Trump, na semana passada, o primeiro presidente dos EUA a ser considerado culpado de um crime.
Trump é o adversário republicano de Joe Biden, um democrata, nas eleições de 5 de novembro.
Trump e alguns republicanos no Congresso acusaram os democratas de prosseguir com o caso e três outros processos criminais para impedir que o ex-presidente dos EUA recuperasse o poder na sua revanche com Joe Biden.
Os democratas do Congresso apontaram casos como o processo de Hunter Biden como prova de que Joe Biden não está usando o sistema de justiça para fins políticos ou pessoais.
Joe Biden disse à ABC News na quinta-feira (6) que não perdoaria seu filho se fosse condenado.
As diretrizes de condenação para as acusações contra Hunter Biden são de 15 a 21 meses, mas especialistas jurídicos dizem que os réus em casos semelhantes geralmente recebem penas mais curtas e têm menos probabilidade de serem encarcerados se cumprirem os termos de sua liberdade pré-julgamento.